domingo, 26 de abril de 2015

poème

seus olhos pequenos, sua cicatriz. teu gesticular, teu mastigar, tua bagunça. seu jeito de gente mansa, suas mãos quentes e tua boca. teu cabelo cheiroso, bom de puxar. seu suspirar calmo, seu jeitinho de me olhar. seu jeito tão consumível. tão amável. tão lindo. sua forma de também me bagunçar. me bagunçar o cabelo, a roupa, o peito. sua mania de me fazer ficar. sua mania que me fazer querê-lo um pouco ainda mais. sua mania de fazer com que eu queira te desmontar. cena por cena. pedaço por pedaço. dedo por dedo.

ainda sem nome

se eu pudesse, consumir, consumia-o.
consumia-o por completo
te tomava até o seu respirar
o seu sorriso, seu olhar.

se eu pudesse, mastigar, mastigava-o.
mastigava com toda ternura que existe
toda ternura que existe dentro de mim
e que escapa toda vez que você tá aqui.

se eu pudesse, apertar, apertava-o.
deixava-lhe assim, sem ar
mas com todo amor!
com todo o amor que eu posso lhe dar

se eu pudesse, arranhar, arranhava-o.
arranhava toda sua pele
arranhava com todo o cuidado
com todo carinho
só pra te deixar marcado

terça-feira, 21 de abril de 2015

tão pouco

olho pra você
e me falta espaço
falta espaço no olhar.
olho pra você 
e não vejo mais nada
não existe mais nada pra olhar

beijo você
e me falta boca
me falta boca pra te desmontar
beijo você
e me falta fôlego
me falta fôlego pra continuar

abraço você
e me falta braço
me falta braço pra te apertar
abraço você 
e me falta vontade
vontade pra soltar

e você se aproxima
me falta ar, falta pulmão
é difícil ficar do teu lado e ser só uma
é difícil ficar do teu lado e ter só dois braços
só um par de pulmão
só dois olhos
só um coração