sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

triste poema sem nome que não quis fazer. II

e-u
eu sou a que anda em desajuste com o mundo 
eu sou a que na vida não possui norte 
nem rumo
eu sou a que caminha sem saber de si 
se sou só
se tenho algum porto 
eu sou a melancólica, a dolorida 

e-u
eu sou a que esquecem
sou a que não entendem
sou a que passa e ninguém vê
eu sou a que chamam de dramática sem nem a ser
eu sou a que é triste mas nem sabe porquê
sou a que chora sem nem querer 

eu sou a que a vida nunca encontrou 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

ele

quanto a ti,
sinto que escrevo somente para te possuir,
tomar teu corpo.
nas voltas de cada letra
eu moldo teu corpo, teu pescoço, teu cheiro
comando cada gesto, cada ação
que me permite dar-te asas belas
ou apenas colocá-lo ao meu lado

cada estrofe ganha um passo fantástico
que te costura,
bem aqui dentro de mim
bem aqui,
de onde você insiste em existir
nunca sei o que há de acontecer no próximo dia,
na próxima linha

tua existência é tão mais poética
do que o alcance de minha poesia

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

saudade.

sou todas as suas lembranças
todos os seus beijos
sou todas as vezes
que você me deixou deitar
em você

sou todas as nossas brigas
e desencontros
sou todos os seus medos
e inseguranças

sou todo aquele nosso amor
que ainda não foi
sou esse teu cheiro de você
sou teu olho no meu

sou teu abraço apertado
e os tapas que me deu
sou essa sua bagunça enorme
e todas as outras

sou essa vontade de sentar no seu colo
e te ouvir respirar
sou a música do phillip long
que me pede você

sou nossa mania de nunca combinar
sou teu choro abatido
teu cigarro que nunca apaga
e as histórias do seu sobrinho

sou saudades de você.

(inspirado na música de eduardo vincent- saudade. pro amor de minha vida.)


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

et toi

quero respirar seu cheiro
quero deitar no teu peito
pra nunca mais ter que sair
quero que você me abrace
me puxe de jeito
depois me bata
me xingue
me cuspa
me pergunte por que diabos eu insisto em fugir pra longe
de você
e diz que não entende
diz que vai embora, mas que antes
irá esperar até que eu fale um pouco
sobre o irresistível
imortal
poderoso
incondicional
envolvente
enriquecedor
agregador
atual
infinito amor
que eu tenho por você.

sábado, 28 de novembro de 2015

mudei

mudei de casa
mudei de ninho
mudei de mim

mudei de lar
de espaço
fui de mim

mudei de nós
mudei deles
de mim
e fugi

fugi da geografia
da falta de um país
mais meu

domingo, 25 de outubro de 2015

triste poema que não quis fazer

acreditar no seu amor seria ato de absoluta transgressão 
seria planejar um golpe de Estado
precisaria destruir minha constituição que já me é tão falha 
seria burlar todas as leis
todos os avisos que me impedem
seria colocar a Anarquia bem aqui dentro do meu peito
seria ver morrer um país 
desafiar a igreja 
sim, eu burlaria todas as leis 
desocuparia tudo o que um dia eu sorri 
aos 20 anos eu seria armada até os dentes
só pra te amar
só pra deitar no seu peito e cochilar 
só pra dizer que te odeio menos do que te amo 
seria transformar meu caderno utópico de poesias apaixonadas em revolução  
seria abandonar tudo de novo que me aparece
sim. acreditar no teu amor seria um ato de revolução
seria desmontar a calma que tão pouco me sobrou

mas já estou cansada demais pra ser vanguarda no amor
tô cansada demais pra lutar por tão pouca paz 
já não sou mais capaz de fazer do meu coração um órgão fora da lei dentro do meu corpo
que quer tanto ficar em paz 
só vou me ajeitar e terminar de beber 
vou só me ajeitar e esquecer
genocídio em mim 
 


sábado, 24 de outubro de 2015

ao som de chico

me deixei ali,
naquela esquina da rua laguna
naquele amontoado de nada
naquele emaranhado de eus
é que eu morri ao som de chico buarque
e engasguei com a censura que nem senti
chorei o divórcio que não tive
os filhos que nem tive
amantes que nem tive
e chorei ainda mais
pela vida que nem me teve
pela luta que não lutei
amores que nem amei
pelos vestidos que nunca usei
morri ao som de chico, e chorei
pela vida que não vivi
pelas vezes que não parti
por só ficar na espera e nunca emergir
chorei baixinho.
hoje, morri ao som de chico

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

..

sensação de que finalmente meu coração pode descansar tranquilo.

.

agora só preciso escapar da rotina
essa rotina que me é desgaste
essa rotina que me invade
me vira do avesso
me é desgaste
agora só preciso olhar além
mesmo que me seja desgaste
mesmo que me seja desgaste
pois na vida todo mundo cai
no mundo tudo cai
e a gente só vive de desgaste
na vida todo mundo é só
na vida tudo é desgaste

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

ensaio

quero mergulhar no corpo teu
quero me entregar 
e deixar que desmonte o meu
quero só me lembrar que talvez eu possa
talvez eu possa me entregar à você 
ao teu jeitinho de menino maroto 
que se sente só
que se sente disperso
aqui no meu coração tem muita bagagem 
muito desespero
e pouca coragem 
mas quero mergulhar em ti
e em tudo que tem em ti e me faz rir 
quero me abandonar no teu riso 
nos fazer sentir a mesma onda
o mesmo lance
o mesmo abraço
quero só me espalhar
sem ter que sair 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

tempo

uma dor me pega pelos braços
e não me deixa sossegar
se eu ao menos chorasse,
mas não consigo me livrar
minha garganta anda morrendo
com cada nó
que não se faz desatar

essa minha dor instiga feito soco na barriga
feito arrancar casquinha da ferida
e eu se quer consigo chorar
essa dor tá pintada em mim
feito quadro de rené
feito escultura de michelangelo
pré-renascimento de michelet

se ao menos eu chorrasse
só pra descansar
eu ando cansada do mundo
e cansada de respirar
meus braços pesam como máquinas
e as pernas se recusam andar
se ao menos eu chorasse,
só pra me livrar
se ao menos você chegasse
só pra me cuidar

desabafo

já não sou canção,
já não tenho mais nada
só emoção
hoje eu não sou canção
e talvez nem volte a ser
aquela primavera apagou bonito
e eu nem pude ver
hoje eu não sou canção
sou só desespero
tô do avesso
sou devaneio
ser canção não é ser assim
ser canção não é pensar em desistir
ser canção não é cansar de existir
hoje eu só quero um canto, pois não sou mais canção
me jogo na cama, suspiro, cambaleio pro chão
ah, como eu queria ser canção
mas dentro aqui do meu peito tem um buraco
meu rosto arde feito vulcão
por que é que é tão difícil?
só queria nos fazer canção

sábado, 26 de setembro de 2015

de mim

que o mundo é tão mundo que escapa de mim
que me sinto tão pequena e de tão pequena não consigo emergir
que já nem me ouço já nem me movo
que sou tão eu desde que me conheço por eu
que já nem mais me descrevo
eu só ouço
eu só ouço
que já nem me entendem mais
nem me entendem por falta de esforço
que eu já me fiz por demais mas agora me falta esforço
que eu sou tão assim sem nenhum esforço
sem nenhum esforço
sem nenhum esforço

domingo, 6 de setembro de 2015

atualmente

ando morrendo de amor
por cada romance barato
cada amor mastigado que me aparece
ando me entregando de mais
e nada demais
nada de mais
ando morrendo por cada toque,
cada beijo que me apanha
ando morrendo de mais
e nada demais
nada de mais
ando chorando muito,
chorando demais
por fins medíocres
romances baratos
moços efêmeros
mas nada de mais me acontece
nada de mais
nada demais

domingo, 30 de agosto de 2015

saudosista

sinto saudade dos dias que ficaram pra trás
sinto saudade do passado que já tá na gaveta,
escondido num buraco,
jogado a sete palmos do chão
sinto saudade daquelas alegrias que vivi
e que agora, por mais que elas tentem,
não conseguem voltar pra mim
sinto saudade dos beijos que estão lá trás
dos abraços que duraram pouco,
sinto saudade de você
e dos planos que jogamos no ar
saudade dos nossos desencontros
e do choro que pedia pra me amar
dos dias que ficaram pra trás
do meu motivo pra ainda caminhar

descanso

descansa em mim
esse peso que carrega e a obrigação de ser alguém
descansa em mim
essa agonia de carregar o mundo
de cavar tão fundo e morrer no fim
descansa em mim
essa coisa de se dar por tudo
e morrer no fim
descansa em mim teu falso fado
teu desespero
teu grito abafado
vem e me pede aconchego
descansa em mim
e volta noutro dia

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

é pra você

me puxe pela cintura, me leve pra passear. diz que sentiu saudades e vontade de me amar. me inclua na sua vida, se inclua na minha e fim de conversa. não me deixe ir embora, me peça pra esperar. diz que sem mim não tem sentido e que conta as horas pra me ver chegar. porque talvez sem mim seja tudo muito vazio e você não quer arriscar. briga comigo, me vira do avesso, mas volta pra gente se amar. eu só quero sentar no teu colo e descansar. te ouvir reclamar da vida, das coisas que tem que cuidar. fica que eu faço o jantar. compro um vinho e escolho uma boa música pra tocar. te faço um carinho, beijo seu pescoço e depois te peço pra deitar. se espalhe comigo. viva comigo. me colonize.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

a paz do fim

parti,
por tanto me cansar de ficar
e te assistir fugir
parti,
por insistir em acreditar,
mas nunca existir
parti,
por te amar assim tão só
e continuar sendo só
parti,
pois ir embora acalma a alma
e eu preciso me desprender de ti

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

you brought me here

você me trouxe até aqui
e eu caí
na sua pele, na sua boca
tropecei no seu carinho

você me trouxe até aqui
e eu até tentei resistir
mas como poderia?
se me desmanchei em suas montanhas
e agora você tem uma parte de mim

você me trouxe até aqui
e eu caí de joelhos
sobre você
e sua tentativa de nos unir
como poderia resistir,
agora você tem uma parte de mim
agora você é uma parte de mim

sexta-feira, 31 de julho de 2015

23:49 pm

sinto frio,
preciso de um lugar calmo
em que eu possa deitar e me esquecer,
me esquecer das percas
e de tudo que ainda irá acontecer
ando cansada, ando perdendo tempo
sou frágil, um pingo de água no meio do deserto
sinto frio,
preciso ir embora daqui
para que meus ossos encontrem um lugar,
onde possam descansar e dormir
e me cicatrizar de existir
sinto frio,
preciso de um lugar pra mim
onde meus membros possam florir,
tornarem-se árvores,
escapar de existir


(esse poema foi inspirado pela música "smother", da incrível banda daughter).

poema sem nome

sou uma bagunça,
uma confusão
sensível ao amor,
ao tédio,
a comoção
sou inquieta por natureza,
delicada
incerta
sou medo, sou furacão
sou metida a poeta
e queria sempre ser canção,
queria ser sempre canção
sou metida a escritora,
metida a querer amar
metida amores impossíveis
eu sou uma bagunça,
uma confusão
sou alguma coisa entre o medo
e a explosão



sexta-feira, 24 de julho de 2015

hoje não sou poeta

acabou que nada se coube em nada. esse romance pisou tão mundo em mim e ele sequer pensa nisso. sequer admite isso. sequer enxerga. ao menos, enxerga que fui só outro de seus amores fúteis e efêmeros. fui só outro dia dos seus, outro cigarro dos seus, outra música das suas. ele seguiu se levando, e eu fiquei ali. pisada, pesada, esquecida. ouvia a voz dele, sentia o cheiro dele e só morria por dentro. que amor egoísta é esse meu. se diz tão grande mas não sai de mim, não me deixa ser suave. não me deixa procurar um outro amor que me guarde. me pergunto se haveria alguém que me guardaria, que dançaria comigo. esse alguém haveria de ser maior que eu pra carregar toda essa minha sede de um amor tranquilo. correspondido. talvez ele seja grande demais e escape. talvez o medo de ser feliz com outro amor grande me engasgue. porque talvez viver não me bastaria, amar não me bastaria, dançar não me bastaria e eu acabaria em ruínas. em destroços. de alguma forma eu acabaria em destroços. não sei como, mas eu acabaria.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

.

sou toda sua
timidamente,
carinhosamente,
orgulhosamente,
estupidamente,
idiotamente
sua.
sou mais sua do que minha
sou menos minha e mais sua
sou sua até quando você não quer
até quando  me maltrata,
até quando vai embora.
sou sua
e não consigo fugir de você
dos teus olhos,
dos teus braços grandes
sou sua
e só o que eu quero é que isso não me machuque
não me incomode mais
sou toda sua
inteiramente,
perdidamente,
amorosamente
sua.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

eufórica

trago em mim toda euforia
de quem já se perdeu em si, 
de quem já se bagunçou por demais,
de quem já não sabe mais onde ir
onde morar, 
por onde amar.
trago em mim toda euforia
de quem não sabe quem é
de quem só é o que não quer
de quem só é tristeza
e melancolia
trago em mim toda euforia
de quem já se cansou de caminhar
por ruas e mais ruas,
e se quer tem um abraço pra morar
trago em mim toda euforia
de quem ao mesmo tempo que ama,
pergunta aos deuses por que é que teu amor não é correspondido,
não é vivido
trago em mim toda euforia
de quem namora sempre a solidão
de quem se mata com canções felizes
de quem já se esqueceu que tem coração 
pra amar qualquer outro,
ou todos os outros.
trago em mim toda euforia
de quem há dias já está pronta pra partir
mas os pés se quer tira do chão

sexta-feira, 17 de julho de 2015

.

posso me prender em você?
posso esquecer essa minha tristeza,
posso despejar minhas infelicidades,
te contar alguma coisa besta
só para que me agrade?

e se a gente trocasse crônicas de sobrinhos?
e se a gente falasse de ter gato,
cachorro e abrigo?

posso insultar teu medo idiota?
insultar suas músicas bregas,
teu estilo de gente confusa, caprichosa?

e se a gente falasse sobre tombos de bicicleta?
e se acontecêssemos mais outras vezes
 juntos?

posso me bordar em você?
posso beijar tua boca?
posso ficar em você,
e me esquecer de mim?

quinta-feira, 16 de julho de 2015

menina-cama

tenho sido tristeza por esses dias
não abro as janelas, não ajeito as cortinas
fico submersa em mim na minha cama
que já se tornou um pedaço do meu corpo
alojou-se na minha espinha,
preencheu meu estômago

as cores não me animam mais
passo os dias olhando aquele quadro
aquele quadro triste
que esbanja infelicidade
ignorância, saudade

fico presa na minha cama
presa em mim
presa em tudo o que podia ser
tudo o que podia ter
minhas raízes estão presas aqui
nessa cama, nesse quarto lilás-escuro
estou presa em mim
e em mim,
a tristeza reside como prisioneira

terça-feira, 14 de julho de 2015

.

passo os dias deitada em minha cama
na verdade eu ando sentindo sua falta
você se despediu bonito mas ainda não voltou
não olhou pra trás e me esqueceu aqui
me levanto com muito esforço
como, bebo, suspiro
e quando percebo a vida já me escapou
já escorreu pelos ponteiros

a gabi tem me ligado muito
ela diz que eu preciso urgentemente sair um pouco
mas eu gosto de ficar aqui e lembrar da desordem
da desordem dos nossos dias
eu fico pensando em você
e até esqueço que existo
ainda quero acreditar que você volta,
não me vejo indo embora
da tua vida
de você

a gabi tem me ligado muito
ela diz que eu preciso esquecer urgentemente esse amor
esse meu amor é que teu
mas que nunca foi nosso

sexta-feira, 10 de julho de 2015

.

sou tristeza
solidão 
ansiedade 
sou incerteza
amargura 
maldade
sou massacre
terror
vaidade
sou desastre
pessimismo 
saudade
me perdi dentro de mim 
por todos os cantos
todos os lugares
e lares,
já me apaguei de mim
"você é nova demais pra sofrer assim"
não me importo, 
nem me interesso 
sou assim 
tristeza,
solidão
incerteza
não existo nem por mim 
não existo nem por mim  

quinta-feira, 9 de julho de 2015

i

me deixa sentar no seu colo depois do jantar
me deixa ajeitar tua camisa,
dizer que tá bonito
me deixa reclamar das suas músicas
dos seus filmes,
dos seus livros
me deixa cantar uma música melosa
me deixa ser sua casa
sua moradia
me deixa dizer que queria ter te conhecido desde sempre
me deixa no vazio, mas depois volta
me deixa ser tua menina
caminhar de mãos dadas,
colecionar alegrias
me deixa gastar madrugadas contigo
planejar ter filhos, casa e abrigo
me deixa te inventar apelidos
inventar poses, desejos e delírios
me deixa dizer que é vazio sem você
me deixa beijar sua boca pra matar a saudade
a saudade que engole a gente
e às vezes transborda maldosa
inquieta, rigorosa

segunda-feira, 6 de julho de 2015

.

e por que eu haveria de querer teu corpo em minha cama?
se de nossas bocas saem apenas palavras mordidas, obscenas, caídas
se em nossos corpos deixamos as marcas dessa paixão maluca que devora por dentro
se dentro de mim já não existe mais espaço, só existe você e sua confusão
se seus olhos já abriram pra mim outra dimensão, outro espaço na Terra
se agora eu caminho sem nem saber de mim, sem nem saber quem sou

e por que eu haveria de querer teu corpo em minha cama?
se já me dei por vencida de que meu amor por ti foi sucumbido, anulado
se o medo me consome por inteiro e não deixa espaço pra você
se a chuva cai aqui dentro e me afoga na saudade de existir contigo
se meu corpo não responde mais os meus comando, minhas ordens, ele só segue você

e por que eu haveria de querer teu corpo em minha cama?
se só querer e não ter machuca, mancha, borra
se só por amar já não basta pra trazê-lo de volta
se a vontade me engole por completo e mais um pouco
se já não quero mais nada, a não ser teu corpo em minha cama.


depois do vento

depois que o vento bate, eu me pergunto
será que existe alguém pra mim?
será que existe alguém por mim?
depois que o vento vem, eu me pergunto
só vou ser feliz no fim?
só vou sorrir no fim?
e o vento ainda bate, eu me pergunto
será que o fim vem?
será que no fim você vem também?
depois do fim do vento, eu me deito
já tô cansada de me perguntar
tô cansada de existir
hoje eu só vou dormir
por hoje, eu só vou dormir

sexta-feira, 3 de julho de 2015

=)

talvez eu queira te sufocar um pouco
talvez eu queira deitar contigo e falar de amor
só pra prometer besteira
talvez eu queira te fazer um café
te entupir de paparicos pela manhã
e de euforia pela noite
talvez eu queira dormir com você toda noite
só pra te encostar o meu pé gelado
só pra te ouvir reclamando

quero te ver de pijamas,
de samba-canção
de cabelo bagunçado
quero te ver jogado no sofá
cansado da vida, cansado de tudo
quero te ver cozinhar
e deixar você queimar o jantar na cantoria
quero te mostrar minhas fotos da infância
te emprestar algum livro
descansar no meio da tarde
e ver desenho animado
filme de terror
te beijar a boca só para que fique calado

ou talvez, só me basta deitar contigo e falar de amor
só pra prometer besteiras
só pra me deixar em você

quinta-feira, 2 de julho de 2015

pra saudade

vou te escrever aqui
pra você não sumir de mim
pra ver se não vai embora
vou te pintar de mim
pra você rodopiar teu corpo na saudade
e nos lambuzar com a eternidade
vou espalhar você
pra ver se te mancho de carinho
pra ver se escorre na gente
pra te esgotar de mim
vou colorir você
pra ver se caibo na sua geografia
pra ver se caibo em você
pra ver você
e só você
e só a gente

terça-feira, 30 de junho de 2015

e

me apaixonei pela saudade
foi a forma que encontrei pra disfarçar o pessimismo
me entreguei ao vazio
transformei a noite em algo grande e silencioso
me apaixonei ainda pela ausência
só pra guardar o seu lugar e deixar tudo pronto
não guardar nem tempo nem tristeza pra você voltar logo
me apaixonei por não saber
o que é que vi e vejo de você
e você  anda longe de mais
de mim
me apaixonei pela distância
para que o medo não cresça dentro aqui de mim
me apaixonei pelo silêncio
seu silêncio
seu vazio
sua distância
me apaixonei assim, por você do jeito que é
foi o jeito que eu encontrei pra aguentar esse tempo
essa distância
essa saudade
essa falta de você

quinta-feira, 25 de junho de 2015

.

mora tanta gente na minha solidão
que nem tem espaço pra mim
só tem bagunça
e confusão sem fim

mora tanta gente na minha solidão
que eu já não me escuto
e muito menos o violão

mora tanta gente na minha solidão
e eu continuo só
toda só
sempre só
só e só

segunda-feira, 22 de junho de 2015

.

diz pra mim que isso vai dá certo
diz pra mim que é verdade,
que gosta de mim
que sente saudade

diz que vai passar rápido
diz que você vem
diz que sente
diz que também chora
diz que também mente
diz que me quer também
diz que quer ser um só comigo

diz pra mim que vai dá certo,
faz isso dá certo
faz isso verdade
faz passar rápido
faz tudo isso logo
e vem ser um só comigo

domingo, 21 de junho de 2015

08:35 am

venta aqui na minha janela
e o ar me convida pra cair,
despencar desse abismo lindo
que deixaram aqui
eu já não posso mais,
já não quero mais
já cansei demais
e ninguém mais pode,
ninguém mais pode por mim
ninguém mais quer por mim
eu já fiz demais,
já chorei demais
já me esperneei demais,
já vi demais,
já morri demais
e agora, já não posso mais
ninguém mais pode
ninguém mais pode nada
nada por mim






quarta-feira, 17 de junho de 2015

r

me invada me machuque me abrace
me aperte me esgane me esmague
puxe meu cabelo minha cintura aperte meus seios
deite do meu lado roube meu espaço se desfaça em mim
me transforme me transborde me maltrate
beije meu pescoço morda o meu rosto aperte minha mão
zombe dos meus óculos esquente meu nariz diga que gosta de mim
me olhe com carinho venha de mansinho me faz cafuné
conte uma piada sem graça um filme bem chato uma música de gente drogada
me sufoque me dê uns tapas chute minha canela
fique nervoso brigue comigo depois me abrace
tire minha blusa massageie meus pés peça um beijinho
me leve pra tomar café me conte mentiras da sua infância se envaideça
fale dos seus bichos da sua mãe do teu sobrinho do seu bicho de pé
me pergunte dos meus dias reclame desse meu drama  me dê um sorriso
ganhe no meu jogo me chame de chata diga que eu não gosto de nada
me odeie por amar gatos me ame um pouquinho também
me peça desculpas diga coisas duras me empurre pro choro
me chame pra sentar no seu colo me trate bem me faz carinho
compre chocolate uma garrafa de água insista para que eu coma
me pergunte se quero algo faça tudo o que eu quero feche a janela
do carro
só não vá embora
não vai embora não


terça-feira, 16 de junho de 2015

valsa da cecília ( que está por vir)

menininha
você mal chegou, 
e já te desenhei amores
já te colhi flores
e te bordei de todas as cores
já ensaiei sussurros de histórias,
sempre ao pé da cama
pra não te acordar
menininha
você mal chegou,
e já te vejo tão poema
tão linda
tão pequena
menininha
você mal chegou, 
e eu só quero que você seja bem vinda
o mundo já ficou melhor 
então, sorria
que o amor a gente já sabe de cor 

varalzinho

imaginem um varal,
e nesse varal,
centenas de poesias
centenas de rimas
 e agonia
imaginem um varal,
e nesse varal,
centenas que coisas que já foram
centenas de poemas que não são mais
e mais algumas bandeiras,
bandeiras de quem só ama a solidão
imaginem um varal,
e nesse varal,
letras que ainda não foram lidas
poesias que ainda não foram escritas
e milhares de outras coisas já perdidas

também não tem nome

sei que não pode,
mas quero
sei que machuca,
e mesmo assim eu fico
eu pulo,
eu danço,
eu grito
sei que engorda,
mas eu como
sei que não presta,
mas bebo
sei que não devo,
mas faço
sei que queima,
e mesmo assim eu mordo
sei que aperta,
mas insisto
sei que tinha que deixar,
mas carrego
sei que é tudo muito fácil,
mas sou confusa
sei que não pode nada
mas faço tudo

domingo, 7 de junho de 2015

mais um sem nome

perto de mim tem ninguém,
ninguém com mais ninguém
dentro de mim tem ninguém,
mais outro ninguém com ninguém
e a soma de todo esse ninguém
me apaga,
me atrasa,
me decapita

aqui em mim tem ninguém,
dentro aqui de mim,
só cabe ninguém
e todo esse ninguém
me desbota
me transborda

é tanto ninguém pra mim
que já não sou mais alguém,
sou mais outro ninguém
á procura outro ninguém


rec

um registro da solidão,
um registro dessa solidão alojada
jogada aqui,
assim, de qualquer jeito
com total desleixo
sem nenhum receio
um registro da solidão!
dessa solidão aqui que tá em mim
dessa solidão aqui que tá aqui
aqui, bem, aqui
aqui dentro de mim
um registro da solidão.
da solidão que embrulha o estômago,
aperta a garganta
um registro da solidão..
e mais um solo.
só mais um!
depois desse juro ir-me embora,
juro que vou sair pra procurar o sol.
mas antes disso, lhe peço
deixe-me registrar essa solidão

segunda-feira, 1 de junho de 2015

poema sem nome


eu procuro abrigo,
tô cansada de tanto perigo,
de correr o mundo.
de me dar por tudo,
e se quer ter um peito pra morar,
uma boca pra beijar,
um abraço pra ficar.
já me sou solidão por demais
e nem sei mais
do que sou capaz,
nem sei se tem paz
dentro aqui de mim
preciso esquecer do mundo
de tudo
e me reduzir a mim,
me reduzir a mim
e ir embora
sem me demorar,
ir embora
pra não mais voltar
não mais voltar,
e deixar de só observar
esse mundo tão grande
que vai além do que eu posso olhar
vai além da minha janela
além do quinto andar









domingo, 31 de maio de 2015

05:02 pm

teus olhos que me olham com tanto carinho, teu rosto que descansa tão mansinho, teu suor que escorre bem de fininho, teu lábio que repousa tranquilo. teu ser que consegue tanto de mim. e pouco de nós. pouco de si. teu ser que me desafia por inteiro. questiona meus medos. captura meus suspiros de desejo. e no fim, no fim do fim, eu quero consumir. quero consumir toda essa sua convicção de querer ser só. e estar longe, longe de mim, longe de nós, longe de si.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

exílio

quando estou no meu exílio,
procuro abrigo.
algo concreto, que faça sentido
e que o sentido
me mantenha protegido.

quando estou no meu exílio,
procuro por algum vestígio
algum motivo
que me mantenha longe
longe
desse meu exílio
que por demais me partiu,
repartiu,
curtiu,
e cuspiu




terça-feira, 26 de maio de 2015

só deixa

deixa só eu ficar aqui;
que dali não tem mais ninguém
deixa só eu chorar, e chorar por ti
pois agora já não me resta aquele outrem

deixa só eu chorar baixinho;
porque gritar já me cansou
deixa só eu deitar ao lado teu
pois aqui do meu nada sobrou

deixa só eu cantar mais um pouquinho;
que essa gente daqui já muito me calou
deixa só eu fingir que sou,
pois ser de fato já muito me esgotou

pela manhã

ela acordou, foi até a cozinha preparar o café e ver se desengasgava do sonho que havia tido. passou requeijão no pão, assoviou baixinho e se debruçou na mesa. suspirou, e como suspirou! assistiu o mundo se levantar por de trás das telhas. se sentiu tão pesada, tão presa, tão mordida. ela engoliu a seco. mexeu a colher do café, mordeu os lábios, olhou pro teto. o rosto ardia gelado e um vulcão estava preso em seu peito. tomou um pouco de café, debruçou na mesa, só pra ver se o dia se levantava dentro dela.

domingo, 10 de maio de 2015

querer

te quero por inteiro. te quero quando o sol nasce, te quero quando o sol morre. te quero quando não tenho mais nada pra fazer. te quero quando tô cansada de mim. te quero pra fazer carinho. te quero pra bater. te quero porque quero alguém no meu sofá, esquentando meu pé. te quero porque quero uma coisa concreta. te quero porque você me enche. me bagunça. me confunde. te quero porque você, como ninguém, explora meu corpo. te quero porque você me faz rir. porque me abraça. te quero porque quero. te quero porque parte de mim é egoísta e quer algo pra chamar de seu. te quero só por querer. só por gostar.

domingo, 26 de abril de 2015

poème

seus olhos pequenos, sua cicatriz. teu gesticular, teu mastigar, tua bagunça. seu jeito de gente mansa, suas mãos quentes e tua boca. teu cabelo cheiroso, bom de puxar. seu suspirar calmo, seu jeitinho de me olhar. seu jeito tão consumível. tão amável. tão lindo. sua forma de também me bagunçar. me bagunçar o cabelo, a roupa, o peito. sua mania de me fazer ficar. sua mania que me fazer querê-lo um pouco ainda mais. sua mania de fazer com que eu queira te desmontar. cena por cena. pedaço por pedaço. dedo por dedo.

ainda sem nome

se eu pudesse, consumir, consumia-o.
consumia-o por completo
te tomava até o seu respirar
o seu sorriso, seu olhar.

se eu pudesse, mastigar, mastigava-o.
mastigava com toda ternura que existe
toda ternura que existe dentro de mim
e que escapa toda vez que você tá aqui.

se eu pudesse, apertar, apertava-o.
deixava-lhe assim, sem ar
mas com todo amor!
com todo o amor que eu posso lhe dar

se eu pudesse, arranhar, arranhava-o.
arranhava toda sua pele
arranhava com todo o cuidado
com todo carinho
só pra te deixar marcado

terça-feira, 21 de abril de 2015

tão pouco

olho pra você
e me falta espaço
falta espaço no olhar.
olho pra você 
e não vejo mais nada
não existe mais nada pra olhar

beijo você
e me falta boca
me falta boca pra te desmontar
beijo você
e me falta fôlego
me falta fôlego pra continuar

abraço você
e me falta braço
me falta braço pra te apertar
abraço você 
e me falta vontade
vontade pra soltar

e você se aproxima
me falta ar, falta pulmão
é difícil ficar do teu lado e ser só uma
é difícil ficar do teu lado e ter só dois braços
só um par de pulmão
só dois olhos
só um coração 


sexta-feira, 27 de março de 2015

inspirações mallunáticas

e se em todo texto que eu escrevesse tivesse você?
e se em todos os cantos eu enxergasse você?
e se em cada abraço, cada amasso, eu me desmanchasse em você?
e se eu quisesse ficar com você?
e se eu quisesse me bordar em você?
e se eu quisesse virar sua pele, fazer uma capa
e beijar sua boca?

quinta-feira, 26 de março de 2015

a colecionadora

coleciono cada pedacinho teu. cada sorriso e cada olhar. coleciono todas as noites que passamos despercebidos de nós mesmos. cada metáfora que usei só pra não dizer o que realmente queria. coleciono todas as músicas que ouvimos juntos sem prestar atenção. coleciono cada mordida que você me deu. cada puxão de cabelo. cada beijo. cada cheiro. cada movimento involuntário, cada suspiro supostamente apaixonado. ah, eu já coleciono mais de você do que de mim.

sexta-feira, 20 de março de 2015

poeminha

goteje em mim sua saudade
pinte com sua agonia nossa vontade
esparrame seu amor em mim
e por fim, beije-me
como quem diz
que não vai mais sair

sábado, 14 de março de 2015

a menina e a loucura (mal feito)

a menina e a loucura. a menina e a loucura de quem é sempre só. a menina e a loucura de quem reside em fragmentos de paixão. a menina e sua loucura de ser sempre desajustada. a menina e a loucura das músicas tristes. do mundo feito em solidão. dos dias que só fazem frio. a menina e a loucura de sentir saudade. de sentir falta. desejo. vontade. a menina e aquela loucura de fazer sempre tudo daquele jeito. de cantar sempre quando tem vontade de saltar. a menina e a loucura de se matar em músicas felizes.

tentativa de rima

ah, minha vontade é partir. 
ir pra longe sem se quer me despedir. 
juro que me sinto feliz só de pensar em sair 
oh, você viria comigo? 
acompanharia minha descida ao desconhecido?
diga que sim, que estaria comigo.
diga que seria meu ombro amigo.
diga ao menos que sorriria comigo. 



segunda-feira, 9 de março de 2015

sábado

alguma coisa acontece no meu coração. não sei como, nem porquê, nem nada disso. sei apenas que sinto. e eu acho que gosto de sentir. gosto de me teletransportar pro lado bom da coisa, pra versão onde não existe distância, vaidade ou medo. é que eu gosto dessa coisa. gosto de você. gosto do seu cheiro de cigarro. gosto até de quando você me deixa aflita. tolice! tolice minha gostar dessa coisa que acontece no meu coração. tolice ser essa menina que tem medo de avião. tolice tentar encaixar você na minha confusão. tolice escrever esses textinhos curtos só pra relembrar dos nossos dias que ainda serão.

quarta-feira, 4 de março de 2015

em vão

ah, que tortura! que tortura é engolir todos os coraçõezinhos que existem dentro de mim por medo de você não querer. ah, que tortura! que tortura engolir toda essa paixão e não poder vomitar as lindas declarações que tanto escrevo. ah, que tortura! que tortura ficar imaginando você se encontrando em outras bocas, outros seios, outras garotas. que tortura sentir tua falta. falta do seu cheiro, do seu cabelo, do seu beijo. ah, que tortura! que tortura é essa de ficar me torturando com esse simulacro de paixão? que tortura mais chata é essa de sentir saudades sem fim? de não poder ser tua e fim?

sábado, 28 de fevereiro de 2015

domingo


eu gosto dessas flores e gosto também de imaginá-las sobre nossos corpos. é lindo idealizar todas essas pétalas escondendo a suavidade que cada um de nós carrega no olhar. é lindo idealizar sua nudez junto da minha, seu sorriso junto do meu, sua alegria completa com a minha. é lindo idealizar você tingido de mim. tingido de nós e desse nosso simulacro de paixão. 
eu gosto dessas flores e gosto também de imaginar você trazendo-as pra mim, pode ser num fim de tarde desses em que a gente não quer mais nada a não ser o recanto do sofá. gosto de imaginar nós dois de baixo de um tapete de margaridas, esquecendo do mundo e dessas outras coisas que nos causam preocupações. eu gosto dessas flores e gosto muito de você, só não demora muito pra perceber. 













sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

sexta.

descanse em mim seus olhos cansados
more suas paixões no meu corpo
ame cada pedaço de nós
e nunca mais seremos um só.

desmonte sua impaciência nos meus seios
pinte de mansinho suas cores em mim
borde seu riso manhoso no meu rosto
e então beije meus lábios.

não se assuste. não tenha medo
eu só quero te desmontar cena por cena
e aos poucos me misturar



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

dispersa

o que incomoda é estar dispersa. é estar solta, livre pra cair onde for. o que incomoda é viver nessa parede de gelo que não tem fim. é estar só. ser só. ouvir palavras vazias. dizer palavras vazias. o que incomoda é entrar cada vez mais dentro de mim e viver desse meu jeito. é cantar baixinho quando o que eu mais quero é gritar. incomoda ser alguma coisa entre o medo e a explosão. incomoda ser transparente e sem cheiro. sem gosto. sem voz. o que incomoda é poder girar, rodopiar e não tem um colo pra cair. descansar. dormir.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

aos erros sentimentais

venha cá e explore meu corpo. more no meu sorriso. durma nos meus cabelos. ah, morda meu rosto. meu pescoço. pegue-me pela cintura e fuja. fuja daqui. pinte minhas partes com as suas partes. deslize pra dentro de mim. chegue mais perto, banhe-se em mim. de mim. misture cada pedaço de nós. do nosso erro sentimental. fique mais. mais perto. fique aqui comigo. more no meu sorriso. seja minha falta de ar, minha emoção, meu ombro amigo.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

nosso

às vezes sinto que devia tê-lo mais por perto. beijá-lo com mais calor. segurar sua mão. às vezes sinto que devia falar mais sobre os assuntos do coração. esfregar meu rosto no teu. te fazer um carinho. sentar no seu colo e sussurrar palavras amigas. amigas do seu coração. às vezes eu sinto que preciso dificultar sua fuga de mim. tê-lo mais perto. mais próximo. mais meu.
às vezes eu penso em dizer logo que você é minha paixão. minha nova máquina de inspiração. às vezes penso demais em você. nas nossas noites. nos nossos beijos. sinto, às vezes, que preciso sentar no seu colo e ouvir sua respiração. ouvir suas palavras. as palavras amigas do meu coração.

um coração

é como se eu enxergasse você em todos os lugares. é como se eu sempre sentisse seu cheiro. é como se brotasse flores e corações em todos os cantos. todos os becos. todos os salões. é como se eu estivesse cheia de você até a tampa. até o dedinho do pé. é como se todas as músicas ridículas/românticas fizessem sentido. é como se seu nome estivesse escrito em cada espacinho do meu corpo. é como se eu tivesse um milhão de coisas pra lhe falar mas sempre engolir. é como se eu tivesse uma vontade consideravelmente grande de você. é como se agora eu soubesse somente escrever bobagens sentimentais. como essa aqui. que só fica nas hipóteses banais. nos pensamentos madrugueiros. 







sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

naufrágio e melancolia

se perguntarem por mim,
diga que estou em um naufrágio
é que ele me pegou de jeito,
não deu pra fugir.
eu tentei.
nadei, nadei
mas não consegui.

tudo terminou com um naufrágio.
que antes era bom, mas por fim
tornou-se tristeza e espuma.

naufraguei naquele sorriso.
naquele jeito de menino maroto.
naquele olhar vazio
naquele corpo suado
naufraguei nas mãos quentes
na barba rala
nos cabelos rebeldes.
naufraguei na vontade de ser dele.
dele e de mais nenhum outro.
dele e sem nenhum outro.
dele e sem nem um estorvo.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

texto sem nome

Odeio quando você faz de conta que não se importa. Odeio quando se mantém longe. Odeio quando me chama de "velho". Odeio quando demora pra responder. Odeio quando foge de falar de nós. Odeio quando foge de nós. Quando foge de mim. Odeio quando volta carinhoso. Odeio quando me chama pra conversar. Odeio pensar que não somos nada. Odeio admitir que você não é meu. Que eu não sou sua. Odeio quando segura minha cintura e fantasia uma relação moderna. Odeio quando me convida pra sair e não fala comigo depois. Odeio odiar essas coisas em você.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

você

 Ei, você... Você me deixa sem saber o que querer. Você transforma minha rotina de sala, sofá e cozinha. Você confunde minha monotonia. Você vem na contramão. Você muda da noite pro dia. Ei, você... Você me faz pensar. E pensar, e pensar. Pensar em coisas que sequer aconteceriam. Ei, você... você fala de um jeito transvestido. Inconsciente. Indefinido. Diz logo o que é que você quer. Abre o jogo, vamos. Abandone essa sua mania de ser mistério.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

um curta

 Mas é que agora eu preciso desacostumar. Já me despedi do seu sorriso e do seu cheiro.  Já trilhei outras rotas que ficam fora da sua rua.  Já até inventei o que dizer quando perguntarem de você.  Não gosto disso. Desse processo. Desse fim. Isso equivale àquela dor no dente que não passa, ao aperto no peito e a falta de ar. 


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Coisa

É como tentar morar naquela canção triste do Oasis. É como querer embebedar-se tomando coca-cola. É como ser só mais um estranho no mudo vivendo da mesma forma estranha que os outros. É como se os finais felizes estivessem esgotados e você ficasse sem. É como querer ser alguém pra outro alguém e nunca sequer existir. É como ser só alguma coisa. E essa coisa nunca existir. Nunca gotejar. Nunca progredir. É como ser essa coisa extremamente coisada, coisificada, anulada.

alguém feliz

E se alguém me perguntasse quem sou,
eu diria que sou aquele alguém
Aquele alguém nobre
com coração mole e ansioso.

E se algum dia, alguém me perguntasse o que sou,
diria que sou alguém feliz ao ser deixado do lado de fora,
jogado no chão.

E se um outro alguém viesse pra perguntar pra onde vou,
diria que alguém como eu segue qualquer caminho.
Pode ser aquele caminho torto, escuro e sujo
alguém como eu não se importa com algum lugar.

E se num outro dia, alguém pedisse alguma bebida
eu diria que alguém como eu nunca ingere substância alguma,
somente mágoas, e notas, e músicas e melodias.
Alguém como eu vive na agonia

E se num dia, outro alguém me visse parada na esquina
eu diria que alguém como eu vive perdido na avenida.
Alguém como eu só se faz em andar, perambular.
sem nenhum rumo, sem nenhum destino, sem nenhum sentido.





sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

de mim

É que eu sou assim. Sou a prisioneira de mim. Eu mesma me torturo, me machuco, me ignoro. Causo fraturas e arranhões, invento motivos pra choros e depressão. É que eu sou assim. Sou a solidão sem fim. Eu mesma me curo. Faço as suturas, os curativos, as massagens. Eu vou me remendando, vou apagando os borrões das noites em claro. Vou reduzindo tudo a mim. Eu sou assim e não mudo nunca. Fui feita pra solidão e a solidão foi feita pra mim.

romantismo brega

Era uma noite bonita de mais pra ficar em casa. Era uma companhia gostosa demais pra simplesmente não ir. Era bom demais pra dar certo. Era certo demais pra dar errado. Era ansiedade demais pra parar. Era calma demais pra prosseguir. Ele era o cara mais bonito demais pra eu não me apaixonar. A gente se entendia demais pra não dançar. A noite era curta demais pra continuar. Os lábios dele eram atrativos demais pra não beijar. E eu? Eu era estúpida demais pra fugir. Tola demais pra insistir. Fraca demais pra não sentir.

de volta ao pré-romance

Eu gosto de você. Gosto do seu perfume, gosto de como acaricia minhas pernas e de como me olha. Eu gosto de você. Gosto do seu sorriso, da sua personalidade e dessa sua mania de teimar. Eu gosto de você. Gosto dos sentimentos que proporciona e também da insegurança. Gosto do seu abraço, do seu beijo e do seu cabelo. Eu gosto de você, e ainda mais gosto de gostar de você.

sábado, 3 de janeiro de 2015

olha só, outro moreno



O que te faz ser assim tão amável?
Acredite em mim,
eu até tento fugir....
mas parece que já existe muito de você em mim.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Ano novo, vida nova.

Que este seja o seu ano. Que ame mais, que viva mais, que dance mais, que beije mais. Entregue-se! A vida é curta demais pra esperar o próximo dia, o próximo ano. Seja o que quiser ser. Sinta o que quiser sentir. Que seu ano seja florido, colorido, bordado, manchado, virado positivamente de cabeça pra baixo. Que exista mais coroa de flores em sua cabeça e que o amor o aqueça. Esses são os votos -atrasados- da autora tímida e ausente desse blog. Ou diário virtual, nunca se sabe.
                                  Amour, amour, amour, amour!  :) ♥