segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Pré-romance

Sinto o caos chegando. A bagunça ficando. As palavras evaporando. Sinto um pouco de ansiedade. Outro pouco de vaidade e outro pouco de desejo. Desejo disso tudo. Desejo de caos, de bagunça, de falta de síl...Palavras. Desejo de momentos felizes, desejo de brigas passageiras que rapidamente se transformarão em alegria. Desejo de tê-lo logo. Desejo de pedir pra ficar mais. Desejo de caminhar segurando suas mãos. Desejo de beijá-lo quando parte, e beijá-lo ainda mais quando chega. Desejo de anunciar ao mundo que agora minha solidão não está mais só. Desejo de ser sua e só.

domingo, 14 de dezembro de 2014

curtas românticas

Ele era um rapaz indecifrável.Chegava atrasado, desmarcava encontros, fingia não se importar. Mantinha-se longe, afastado de tudo. Transmitia uma mistura de sensações e desejos. Fazia um pouco de bagunça em quase todos os tópicos que exigiam organização sentimental. Ele tinha um sorriso lindo. Um papo despojado, um cabelo cheiroso e um olhar penetrante. Dias queria carinho, dias queria solidão. Ele atraía pensamentos amorosos, planos absurdos e pseudos-prováveis-relacionamentos. Se posicionava longe mas fazia questão de avarandar minha solidão.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

mais de mim. (atenção: conteúdo extremamente melancólico)

Queria mesmo entender meus improvisos. Queria mesmo parar de gotejar essa saudade inócua. Queria mesmo ensinar meu gato usar a caixinha de areia. Queria mesmo assassinar a população de ti que há em mim. Queria mesmo me desprender das dúvidas cinzas que carrego no bolso do jeans batido. Queria mesmo ser menos eu. Queria ser mais alguém. Queria apreciar o genocídio em mim. Queria entender essa coisa louca que chamamos de viver e estar vivo. Queria me teletransportar pra algo mais meu. Queria ter um pouco mais de mim. Queria mesmo fugir dos dias em que só existe frio. Queria mesmo alguém que entendesse esse meu jeito só de ser.

domingo, 30 de novembro de 2014

Lipstick

Em meio ao barulho e alguns copos de cerveja, ele fumava um cigarro. A gente sorria mansinho e trocava carinhos, beijos, segredos. Ele tímido como só ele, dedilhava suas canções no meu violão solitário. Algazarra.  Em meio ao barulho e vários copos de cerveja, ele questionava o batom vermelho. A chuva caia lá fora convidando atos amorosos. Em meio ao barulho e beijos no pescoço, nós conversávamos sobre quadrinhos e finais felizes. E com o propósito de deixá-lo com marcas de mim, bordei de batom vermelho seu peito, pescoço e lábios. Como quem não quer nada, nos deixamos amar e descansar na mais bela trilha sonora.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

sentimentalismo

 Ele tem mais tatuagens do que eu, ele já beijou mais vezes que eu, ele já amou mais vezes. Ele já se perdeu por demais. Já criou mais gatos, já provou mais pratos, já viajou. Ele já se livrou mais vezes. Já bebeu, já transou. Já idealizou mais pessoas do que eu. Já se entregou com mais intensidade.  Já ousou mais. Ele já fugiu mais que eu. Aliás, ele sempre foi mais do que eu. Sempre quis mais de mim do que eu mesma quero.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Besteiras de um dia sem sol

deixei que entrasse,
deixei que ficasse,
deixei que amasse, 

deixei que ouvisse meus prantos,
deixei que cantasse meus cantos,
deixei que deitasse ao lado meu,
deixei, acima de tudo, que fosse meu
deixei que me vivesse
deixei-me vivê-lo, 
deixei por deixar
amei por gostar 

quis que gritasse como eu grito, 
quis viver e entregar-te o riso
quis cantar bonito, e além disso
ser aquele seu compor que não não é entendido.

Um suspiro

Me chegou um pouco cansado e cheio de nada. Me ofereceu lindas poesias e lindos sonhos. Me carregou pela porta, me levou na torre, me ouviu cantar amores. Me olhou com olhos sinceros e distribuiu beijos discretos, saudosos. Me veio como quem não queria nada. Me convidou pro café, me abraçou e eu nem fugi. Me deixou deitar ao seu lado, me deixou ouvir sua respiração, me deixou despir. Me emprestou camisas, me deixou morar ao lado de seu peito. Me deixou ouvi-lo. Me deixou ser o que eu bem quisesse. Me deixou fazer o que eu bem entendesse. Me  deixou quebrar essas besteiras de regras gramaticais. Me deixou amar em paz.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

minhas percas

Eu comprei filmes que nunca vi
amontoei livros que nunca mais li,
comprei vinhos que nunca bebi.

Eu escrevi textos que jamais mostrei,
compus músicas que nunca cantei,
comprei vestidos mas nunca usei.

Já amei tanto que nem queria
já disse sim, mas não devia
e cantei a mais triste melodia.

Fiz promessas mas nunca cumpri
e quis gostar de filmes,
dos quais eu nunca entendi

Ensaiei amores que nem amava,
comecei centenas de textos
mas sempre os apagava

estudei países mas não parti.
ganhei beijos e não sorri
chorei músicas que nem ouvi.

E no fim,
tudo terminou com um tropeço
um deslize, uma queda
diretamente direcionada
á perca

E no fim,
eu acabei só,
acabei sendo a perdedora de mim.

que nem é de ninguém

Porque a gente sempre espera contar com um "estou aqui" mas, nada, nada de ninguém estar aqui.
A gente é sempre só. A gente é toda só. Eu sei que no fundo a gente espera ter alguém pra conversar, mas no fim, vem só o silêncio pra nos avarandar. Pois é tanta gente no mundo, tanta gente e a gente aqui correndo atrás de mais gente só. 
E a gente segue entrando cada vez mais dentro da gente, tentando se desprender dos dias ruins. Mas nada, nada de alguém sorrir. E eu sei que no fundo isso é tudo o que a gente quer; poder enfim se despedir. No fundo, eu acho que a gente só quer partir. 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

ela que se foi

Ela escapou entre seus dedos e foi ocupando um lugar mórbido. As flores que viviam coloridas em seu vestido, murcharam, derreteram e aos poucos foram ficando cinzas. A moça corre desanimada. Se apoia em velhos corrimãos solitários que mal se sustentam, pouco a pouco vão se esfarelando devido ao peso da pobre alma feminina. Você sente pena e se condena por não conseguir erguê-la, mas, o que poderia você fazer? A garota já se foi. Perdeu-se nas confusões e nas notas musicais que carregava no bolso sem ao menos se despedir de você. De você...

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

meu rabisco de gente

A vida corre rápido, em um segundo o salão se esvazia, a música acaba. O mundo gira rápido. E eu sempre fico pra trás. Sempre sou esquecida, ignorada, perdida. Não sei, no começo me doía mas já não sinto mais. Me acostumei com os lugares empoeirados das prateleiras. Com a lista de espera que se fez em minha espinha. Me acostumei com os pensamentos depressivos e com a melancolia barata.
Eu ando um pouco presa no mundo dos esquecidos, tão mais presa que botão. Preciso de um empurrão, um beijo, um abraço, um chamego. De uma escada, uma lamparina, uma lanterna. De algo que me faça querer ser mais que isso. Mais do que solidão e poeira. Preciso de algo que me faça enxergar o rabisco bonito que sou. A poesia romântica que exalo. Eu sei, eu sei, que ficar só desejando nada adianta. Eu sei que ficar só escrevendo não adianta. A vida tá lá passando, correndo, voando. E eu aqui tão inanimada, sentada nessa janela esperando minha hora chegar. Esperando espirros de cores animadas. O que eu tenho pra dizer?

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A prisioneira

É, talvez eu esteja presa nesse quarto e talvez esse quarto esteja preso em mim. É, talvez eu esteja presa em dias cinzas e talvez os dias cinzas estejam presos em mim. É, talvez esteja amarrado aos meus cadarços um pouco de rancor e medo. Aliás, muito medo, muito, muito medo. É, talvez eu esteja presa nessas músicas tristes e talvez essas músicas tristes estejam presas em mim. Ai é, talvez eu esteja condenada a conviver com a saudade e a saudade comigo. Talvez eu esteja presa no passado e o passado em mim. Talvez eu chore muito, muito mesmo até sair. Ou talvez eu nunca saia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

as fugas

All star desamarrado por prazer, cabelo bagunçado por querer, blusa listrada por gostar. Na bolsa lápis, caderno e flores trazidas de outro lugar. Um desabafo emocional em cada xícara de chá, um choro em cada banho demorado, um grito em cada rock cantado. E assim ela vai. Com seus óculos tortos, sua cabeça cheia e peito vazio. Vai desfilando por ruas e mais ruas até anoitecer. Vai observando cada casal, cada beijo. Vai desenhando silhuetas, flores, janelas e nuvens. Já cansou de tanto nadar e morreu ali mesmo. Naquela praia. Naquela poça. Naquela madrugada.

sábado, 25 de outubro de 2014

um textinho brega e depressivo

 Nos apagamos na primeira oportunidade que surgiu e agora não tem mais jeito. É, nos esquecemos na primeira esquina e deixamos de lado aquelas promessas que fizemos um ao outro. E hoje eu choro sorrindo, fingindo que posso carregar todo o amor que um dia foi teu. Tolice! Não cabe mais em mim, não me favorece mais cambalear atrás de ti e aproveitar uma brechinha pra me sentir como se ainda fosse sua, como se ainda fossemos um só.
 Pra alguém que jurou que nunca mais ia fugir eu vou me contradizendo dia após dia pra fugir de ti. E nessa de fugir eu entendo porque sempre namoro a solidão. Essa é a consequência de fugir. E agora, vou me apagando da sua vida pra deixar lugar pra mim. Um lugar que não seja baseado em vontades do passado. Um lugar que dure. Um lugar do qual eu não precise fugir nunca mais.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

pont des arts

E ali, naquela ponte, eu deixei um pouco de mim
escrevi num cadeado e logo parti
O deixei preso em meio tantos outros
mas este, se diferenciava por seus trejeitos tortos
Estava ali, exposto ao mundo o que sempre me seguiu
solidão.

Solidão amorosa, solidão alegre, solidão ruim
e assim, sorrindo eu deixei um pouco de mim
Adeus, adeus velha companheira
encontre agora outro que a leve pela vida inteira.


Garota

Garota, sua vontade de gritar é tanta, então por que se cala? Garota, jogue fora essas palavras que te apagam e liberte-se. Grite. Dance. Ame. Transe. Comece a tagarelar também. Garota, abandone esses medos imbecis e seja tudo o que quiser. Você não tem muito tempo. Garota, deixe de se esconder atrás daquilo do que os outros querem que tu sejas, mostre logo quem você é. É bonito. Colorido. Borrado. Florido. Garota, viva e apenas sinta. Somos feitos pra acabar e tudo tem seu fim.

um texto sem nome

Ela acorda e debruça na janela. Ali naquele quarto gelado procura um pouco de sentido no sonho louco que acabara de ter, retruca suas inseguranças e fuma seu cigarro francês, coça os cabelos e mantem o olhar fixado no lindo e distante horizonte. Pois é, menina... Você amou tantos trechos, chorou por tantos erros e nada mudou. Acumulou tanta bagunça, tanta roupa suja e afundou como a colher da sua xícara de chá.
Ela cambaleia até a cozinha. Joga um pouco de leite no seu cereal e mexe a colher pensando na vida. Pois é, menina... Você nada mais pode carregar, a vida vai além de você e dos seus livros. Agora, como quem não quer nada, ela mastiga com o peito amassado. A menina se deu conta de que o fim nem sempre se pode negar ou nem fugir. Somente aceitar.
Horas se passam e ela continua ali debruçada. Não fala nada, apenas continua olhando pro horizonte que sequer traz uma paisagem. Pois é, menina... Você se desmanchou em cada música, cada filme, cada peça e se quer se encontrou. Frequentou inúmeros lares, bares e lugares e nunca se importou. Agora fica aí se lamentando, namorando a janela e chorando.... Enquanto isso as horas vão passando, e suas tralhas só aumentando.


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Mais uma madrugada

A menina espera a madrugada ir embora debruçada na janela. Ela espreita ali as cores, os prédios, a chuva, os carros. A menina se pergunta quantas vezes sentou-se e chorou seus desamores para o céu. Foram tantas orações, tantas preces que ela já se perdeu ali. Ao som de Elvis ela escreveu palavras mudas, quebrou regras e fumou um cigarro, tomou duas ou três taças de vinho. Ao som de Elvis ela sorriu e saudou as saudades.
Adeus, adeus, adeus. Não é apropriado mas é isso o que tem de ser dito, é assim que tem de se despedir da madrugada, dos e-mails, das fotos. Adeus, vá com cuidado. Aqui jaz um corpo que não é mais teu.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Reza

Me dê borboletas no estômago. Me dê algumas flores. Me dê um beijo ao acordar. Me dê seu peito para que eu possa morar. Me dê um carinho. Me dê mais um beijo. Me dê asas, me dê asas... Eu preciso de um pouco mais de cor. Eu preciso de um pouco mais de amor. Me dê asas, me dê asas... Dentro aqui de mim existe um vendaval e você se encaixa. Me dê amor. Vamos, me dê amor. Eu abandonei a solidão aqui na ponte, joguei-a rio abaixo. Me dê um novo percurso, me dê uma nova história. Dei-me asas, dei-me asas. Dei-me algo com o que sonhar, dei-me uma música pra dançar. Mais um beijo, mais um beijo, mais um beijo.

sábado, 11 de outubro de 2014

O famoso oitavo andar

Ela colocou as mãos no meu rosto e dançando do seu jeito exclusivamente sensual, disse: "E aí, só nós dois no chão frio....". Eu gargalhei feito um besta. Beijei o pescoço exposto, enrolei os dedos em seu cabelo liso e beijei-lhe os lábios. Passamos a noite toda juntos num lugar cercado de pessoas, mas, que parecia pertencer somente a nós. Ela sorria e os lábios vermelhos chamavam a atenção de todos, os olhos contornados de preto moviam-se freneticamente, as mãos volta e meia encontravam-se nos longos fios lisos que ela tem. Nos beijávamos sempre quando a iluminação caia e o volume da música aumentava. Entre meia taça de vinho e outra ela ia cantando uma música diferente e passando o dedo indicador delicadamente sobre minha barba, selando os meus lábios rachados.
Depois que a festa acabou nós continuamos juntos. Nos jogamos aquele protótipo de sofá e conversamos sobre sonhos, dinossauros e Harry Potter. Eu não entendia muito o que ela dizia, estava meio bêbado e com dificuldades pra pensar, a única coisa que se fixava na minha mente era o "e aí, só nós dois no chão frio...".  No começo eu achei que fosse uma declaração de amor, um convite pra dormir ao lado dela.  Descobri depois que se tratava de um suicídio/assassinato presente em uma canção que por algum motivo agradou-a. Suspirei. Quis questioná-la e dizer que embora a canção fosse bonitinha, não fazia sentido algum.... Mas quer saber? Eu também acho que seria uma delícia ficar de conchinha com ela no meio fio, deitadinhos no bem bom.


domingo, 5 de outubro de 2014

No aeroporto

Ambos estávamos com saudade. Não era uma saudade comum, algo que acontece entre dois amigos, era algo além. Mais forte. Mais sentimental. Nos abraçamos com vergonha assim que ele desceu do avião, eu ainda estava escolhendo os pontos turísticos que iria lhe mostrar. 
                                         - O que faria se eu ajoelhasse aqui? 
                                         - Diria que você é louco e que não te conheço.
                                         - Mas e se quando eu ajoelhasse, pedisse pra você viver comigo?
                                         - Eu te bateria com meu violão.   
                                         - Bom... Levando em conta o relacionamento sólido que existe entre vocês dois... Não custa nada eu arriscar.... Você quer viver comigo? 
                                         - Tu não se ajoelhou.
                                         - Porque você disse que me bateria!
                                         - Pancada de amor não dói... Né não? 
                                         - Bom... -ajoelhou-se- A senhorita gostaria de viver comigo? 
                                         - Se eu disser que não, o que acontece? 
                                         - Eu te enforco! Todos estão me olhando e eu saí de Salvador só pra te perguntar isso! 
                                         - Nem começamos um relacionamento e você já quer me enforcar?
                                         - Não foi tu mesma que disse que pancada de amor não dói? Enforcamento também não! Nem asfixiamento, nem esquartejamento, nem voadoras.
                                         - E se eu disser que sim?
                                         - Você vai ter que dizer pra saber o que acontece.
                                         - Isso é chantagem, sabia?
                                         - Eu só não quero ficar com cara de bobo perante todas essas pessoas que estão paradas me olhando.
                                         - Eu aceito.
                                         - Aceita? 
                                         - Sim, eu aceito.
                                         - Aceita mesmo? Assim, tão fácil? 
                                         - Aceito, Leo! Já disse que aceito... Fácil assim!
                                         - Me faz um favor? 
                                         - Diga... 
                                         - Me acerta com seu violão! 
                                         - ....
                                         - Sério, me acerte porque eu acho que tô sonhando... 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

falta do que fazer

Fiz músicas e mais músicas e mais textos exaltando sua beleza que agora parece não fazer mais sentido para mim. Hoje eu sorri sinceramente. Hoje eu me torturei com pensamentos inquietos. Hoje me cansei fisicamente de mim e me arrependi de ter feito voltas e mais voltas dentro aqui mesmo de mim. Hoje estou sentada na janela procurando inspiração. Tô dedilhando notas e mais notas no meu pobre violão. Não quero falar com ninguém. Não quero ser ninguém.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Adeus setembro

Adeus setembro! Toda despedida é triste mas essa nossa não será. Você me trouxe inspiração, novas músicas e novos amores. Adeus setembro! Vá com cuidado e volte bom assim ano que vem. Adeus setembro! É hora de descansar. Adeus setembro! Até o ano que vem.

Ato II

Eu não vou embora. Eu não quero ir embora, não preciso de distância. Eu preciso de você. Não importa o quanto tente, o quanto se esforce, o quanto peleje, você nunca vai me convencer. Sempre vou encontrar um pouco da sua cor, da nossa cor para tingir seu espírito cansado e cinza. Você é só uma garota sem rumo que tenta se afastar da luz do farol. Eu sou teu farol. Sou o cais do seu barco. Você coleciona o tempo que ninguém nunca quis e eu sirvo amor, não tenho medo de me instalar em você. Espere só mais um pouco antes de encontrar a paz que machuca. Antes de me expulsar do seu país. Não se afaste de mim, pois sou teu cinema, seu filme francês.

A dançarina

A menina dança. A menina dança quando está triste, a menina dança quando está feliz, a menina dança quando não sente nada. A menina dança e sacode os cabelos lisos, a menina dança e me convida pra viver com ela. A menina dança e me deixa louco. A menina dança e vira os olhos, a menina dança e compõe músicas tristes. A menina dança! A menina dança para se libertar, a menina dança para se perder. A menina dança porque tem vontade, a menina dança e fecha os olhos, gira o pescoço. A menina dança e toca guitarra. A menina dança e se expande, se envaidece. A menina dança, a menina dança e me bagunça, me desconcerta. A menina dança e beija meu pescoço, a menina dança e senta no meu colo. A menina dança e diz que está apaixonada, a menina dança e diz que quer ter filhos comigo. A menina dança e fuma um cigarro de marca francesa, a menina dança e coleciona lavandas. A menina dança. A menina sempre dança. A menina dança quando quer carinho, a menina dança quando quer ficar só. A menina dança e ainda não é minha. A menina dança dentro de mim. A menina dança vazia de si. E se eu fechar os olhos, a menina ainda dança. A minha menina dança.


ato I

Todos os dias ele me pergunta o que espero da vida. Todos os dias ele esbarra no meu ombro cansado sua solidão. Todos os dias ele espera encontrar em mim o que não encontra em outro lugar. Todos os dias ele me beija na tentativa de reduzir meu egocentrismo. Todos os dias ele tenta reduzir minha ausência, e eu, cansada, me ausento mais. Todos os dias ele me pergunta por que é que eu vou embora tão fácil. E eu, assim, tão inanimada, desvio um pouco mais. Todos os dias ele procura se pintar de mim. Todos os dias ele me quebra com músicas que buscam amor aqui dentro do meu peito. E eu, tão exausta, me silêncio ainda mais. Todos os dias tento fazê-lo perceber que já não estou mais aqui. Me mudei há dias, há semanas, há meses... Instalar-se em mim não lhe trará paz. Junte seus poemas e seus sorrisos caídos e vá embora. Vá com cuidado. Fique com Deus.

Planos soberanos

Vou guardar seus cachos rebeldes, sua barba grande e suas pintinhas no braço. Vou guardar suas camisas bonitas e seus jalecos com as iniciais do seu nome. Vou guardar seu olhar manhoso e seu jeito de me fazer sorrir. Vou guardar seus rabiscos de músicas feitos em dias nublados. Vou guardar nossos domingos e as flores que traz pra mim. E eu vou guardar os vinhos secos que tomamos nas quartas-feiras e seu all star desbotado. Vou guardar seus óculos de velhinho e todos aqueles livros que você sabe de cor o que é dito neles. Vou guardar aquele seu desespero e a ideia maluca de ter 151 filhos com nomes de pokemons. Eu vou guardá-lo por inteiro. Seu sobrenome, seu endereço, seu prato, sua música, sua cor preferida.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

As flores

Você desenhou flores na minha parede e disse que era para a primavera ficar pra sempre em mim. Você desenhou flores na minha parede e disse que era pra eu não chorar quando a chuva chegasse e afogasse meu jardim. Você desenhou flores na minha parede para que eu lembrasse de nós todas as vezes em que deitasse na cama. Você desenhou flores na minha parede para que nosso amor nunca morresse. Você desenhou flores na minha parede com a intensão de roubar toda essa confusão que existe em mim. Você desenhou flores na minha parede e disse que me amaria até que a última flor murchasse. Você desenhou flores na minha parede e disse que essas nunca murchariam. Você desenhou algumas flores na minha parede, e sorrindo foi-se para longe. Você desenhou flores na minha parede e deixou um pouco de si no meu quarto. Você desenhou flores na minha parede e o nosso amor começou na cantina da faculdade. Você desenhou flores na minha parede e agora eu não posso mais apagá-las. Você desenhou flores na minha parede e agora eu não posso mais te apagar.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

My dreams

Era uma vez, eu era uma menina tímida. Sempre me escondia das pessoas e dos motivos óbvios que cada um de nós carregamos. Na escola, eu nunca me importei realmente com tudo o que era dito.
Era uma vez, eu era uma adolescente rebelde que se apaixonou pelo rock 'n' roll. Pintava as unhas de preto e chorava no braço de uma guitarra vermelha. Escrevia textos para me manter longe de casa, cantava músicas dentro de minha cabeça. Sendo assim, por que eu desistira de viver nos meus sonhos? Nada aqui é real e eu não tenho nenhum lugar pra ir. Nada é real. Não me encaixo em nada, por mais que eu tente, nunca me sinto completa. Eu nunca me importo de verdade. Então, por que eu deveria abandonar meus sonhos? Acho melhor me sentar e observar a chuva. Não há outro lugar em que eu possa me sentir bem, não há outro lugar em que eu possa me sentir bem. Os sonhos passarão e eu ainda estarei aqui, chorando sob a minha guitarra. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Para ele

Matt era um rapaz solitário. Não acreditava em si próprio nem em seus objetivos. Andava preso, tão mais preso que botão. Começava os dias pensando em suicídio, e os terminava assim também. Nunca saia de casa, nunca se movia, nunca fazia barulho. Mas então,um dia seu silêncio fisgou alguém. Ela falava francês e vivia perdia em confusão. Nas quintas-feiras ela praticava Tênis só pra falar que conseguia fazer algo certo na vida. Gostava de pintar as paredes e também de andar descalço. Os dois gostavam de guitarra e violão, ele algumas vezes, mais que ela. Matt se mantinha um pouco longe, mas, isso não impedia que os dois se amassem. Eles preenchiam a solidão igualitária de todas as formas possíveis; tinham uma banda, tomavam vinho, fumavam algumas vezes por semana e faziam amor quase todas as manhãs. Aos poucos Matt foi deixando de ser solitário e aceitando a ideia de uma vida dividida. Ele queria estar preso, não só ele, mas, ela também. Ambos queriam estar cada vez mais presos um ao outro. Se faziam em uma sintonia bonita e alegre. Ele com sua barbicha, ela com suas luzes no cabelo.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

uma declaração

"Nos conhecemos por acaso num domingo qualquer. Você tinha as mãos cheias de roupas e tralhas de mudança e eu tinha um vazio que ia além de minhas mãos e escapava entre meus dedos e dentes, sufocando cada vez mais minha existência. No começo tive dificuldades em entender você, nunca  soube ao certo quando seu sim significava "sim" ou quando seu sim significava "não." Juro que pensei em desistir de te chamar pra sair porque simplesmente ficava sem palavras quando você chegava, aliás, eu ainda fico. O engraçado é que, aos poucos, você foi tomando conta de mim e da nossa relação que parecia nunca dar certo. Eu fiquei bravo! Caramba! Por que nunca dava certo com a gente? Sempre tinha algo que nos impedia. Mas cara, olha que loucura essa coisa de gostar... Mesmo com todas as nossas brigas e todas as vezes que você disse que não sabia como minha mãe não tinha me abortado, nós nunca desistimos um do outro. Você nunca desistiu de me fazer feliz e eu nunca parei de errar, isso de alguma forma me motivou e motiva a nunca deixar a gente de lado.
Não sei nem explicar o bem que você me faz nem agradecer por todas as vezes que tirou aquelas manchas horríveis de molho de tomate dos meus colarinhos. Como conseguiu madame? Como conseguiu organizar meus livros? Como conseguiu deixar meu quarto habitável? E como consegue me deixar ansioso todas as manhãs de sábado? Como você conseguiu me fazer frequentar aquele show do Cícero e ainda por cima gostar? Deus! Você faz coisas espetaculares, entre elas, me amar.
Eu sempre disse que me amar era um fardo e você sempre torceu esse nariz empinado. Sempre me contrariou, e por Deus, agradeço isso... Obrigado por me fazer tão seu. Obrigado por sorrir desse jeito tímido e me deixar explorar teu corpo. Que continuemos assim por mais 10, 100, 1000, meses, anos, décadas, séculos.... E que nunca acabe."

Seja bem-vinda primavera!

Chegou a primavera, que delícia! Agora já posso abandonar o gelo seco que existe dentro de mim. Posso nascer junto das flores, posso cantarolar com os pássaros e roubar um pouco da cor que essa estação do ano tem. Chegou a primavera! Mal posso esperar para sair por aí desfilando com meu perfume suave de alecrim. Mal posso esperar pra deixar os sentimentos bons nascerem dentro do meu peito e tomarem conta de mim, uma pobre criatura que estava entregue ao inverno seco e massacrante. Chegou a primavera! Quero colecionar lavandas, margaridas, tulipas e rosas. Quero sentir o cheiro da brisa, quero fotografar todas as árvores que eu encontrar durante meu percurso. Chegou a primavera! Junto dela veio a alegria, a esperança de que novos amores vão florescer lindamente assim como as flores. Chegou a primavera! Junto dela aquele pouco de mim que morreu com a primavera passada. Chegou a primavera! Chegou a formosura, a delicadeza, a suavidade.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

a distância de The Zephyr Song

Nós nos perdemos nos acordes de The Zephyr Song, embalamos nossos corpos em cada verso e cada nota musical. O que você realmente sente? Sente toda aquela vontade de voar? Eu sinto. Sinto como se estivéssemos longe da Terra, da via Láctea. Sinto como se estivéssemos em um mundo completamente novo e cheio de emoções intensas, vulcânicas. Eu sinto um amor estratosférico. Uma vontade de você que não cabe mais em mim. Que loucura, eu achava que já não era mais nada por dentro. Eu o sinto mais do que nunca. Será que vamos encontrar um lugar juntos? Que continuaremos nos perdendo juntos? Peço a mim mesma que sim. Nós vamos viver pra sempre.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Eu sim, gosto

Eu gosto de você. Gosto de como segura minha cintura, de como bagunça meu cabelo e de como me beija. Gosto de dividir a pipoca com você. Gosto das nossas manhãs de domingo. Gosto caminhar segurando sua mão porque me sinto segura. Me sinto confortavelmente segura em você. Admito, odeio seu sobrenome. Mas amo odiá-lo. Gosto de você pra casar. Gosto da forma com que fazemos amor. Gosto de você pra enfeitar nosso apartamento. Nosso templo. Toda a cidade. Gosto planejar coisas clichês e óbvias. E gosto de também acreditar. De acreditar na eterna paixão.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

mais um aleatório

Queria fazê-lo sentir tudo o que eu sinto. Ajudar, de forma completa na sua eterna preocupação em ser algo. De ser alguém. Eu poderia fazê-lo entender que não precisamos de muito. Que ele tem um jeitinho meio encantador, engraçado. Poderia mostrar-lhe todas as alternativas que tem. Todas as estradas. Poderia, inclusive, tê-lo. Fazê-lo enxergar que não precisa ser alguém pra ninguém. Ele já é alguém pra mim.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

com afeto, com pés gelados.

Todas as manhãs ela faz café forte e chá de hortelã. Enquanto arrumo meus livros ela revesa nas xícaras de chá e café com excessivo açúcar e observa tranquila minha euforia. Eu tomo um banho na banheira de porcelana, ela massageia minhas costas, beija meu pescoço.Enquanto eu tomo uma xícara de café ela arruma minha gravata, beija minha barba e abraça meu peito.
Durante a noite nós matamos a saudade ao som de Chico Buarque, ela quem escolhe as músicas. Eu fumo um cigarro, ela faz carinho no gato. Eu aperto seus braços, ela retribui com um sorriso no rosto. Eu tento entender toda a poesia que sai de seu corpo, ela me confunde cada vez mais. Eu me despeço e digo que vou embora, ela me pede pra ficar mais.
Toda sexta-feira ela cozinha e exibe a iluminação diferente no seu apertamento, que agora é meu também. Eu escolho o vinho e ela me conta coisas chatas do seu dia. Nos amamos no sofá, no divã, na banheira e na cama. Me embalo nas carícias repletas de afeto que ela exala. Me deito por cima de seus seios, ela enrola os dedos gelados nos meus fios de cabelo. Vivemos assim, com afeto, com amor, e pés gelados.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Menino maroto

Menino maroto que anda sempre com seu all-star vermelho. Usa sempre camisetas bonitas e listradas, com exceção nas quintas-feiras. Menino maroto que gosta de conversar sobre a Teoria da Evolução. Menino maroto que coça a barba quando vai explicar alguma coisa sobre botânica. 
Ah, o menino maroto carrega suavidade e violão. O menino, maroto, menino... Está louco pra se abandonar e ser encontrado por alguém que o mereça. Vive guardando flores nos bolsos de suas camisas sociais, vive cansado da solidão. Menino maroto que canta sozinho. Menino maroto que canta amor. Menino maroto que não volta mais. 

domingo, 7 de setembro de 2014

O escritor, a carta, o sábado

"Gostaria de contar que estou estupidamente encantado por você. Você tão você possui características e manias que eu nunca vi em outro lugar, em outra pessoa... Veio cheia de pintinhas, alergia a gatos, resfriados constantes. Não consigo escolher uma mania tua que mais gosto! Acho linda a forma com que você vê o mundo. A forma com que você escreve sobre si mesma e não consegue definir seu “jeito vulcão” que é por não ter definição que me encanta ainda mais. Gosto da sua tara por mapas e dicionários, de contar os palitinhos queimados que você guarda de volta na caixinha, de contar quantas vezes você toma chá no dia (de 5 em 5 mins, resumindo: É CHÁ PRO DIA TODO!) Acho engraçado seu medo de avião e de multidões, e também quando gagueja porque tá com vergonha juntamente com suas bochechas vermelhas. Seu sotaque é tão fofo! Gosto até de quando começa com suas nerdices. Ai meu Deus! Adoro massagear seus pés cheios de bolhas, você é meu pedaço! "



sábado, 6 de setembro de 2014

chamado. sugestões. ordens.

 Vamos dançar essa noite.Vamos falar de amor essa noite. Vamos beber vinho. Vamos andar sem rumo. Vamos nos beijar mais intensamente. Vamos nos sentir mais. Vamos fazer amor. Vamos ouvir suas bandas grunges. Vamos beber Whisky. Vamos comprar chiletes. Vamos deitar na sua sacada. Vamos fazer mais amor. Vamos, não importa como, mas vamos.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Aleatório

Eu sinto tua falta. Sinto falta dos teus pés gelados entrelaçando-se aos meus. Sinto falta do seu dedo indicador se enrolando nos meus fios de cabelo sempre bagunçados. Falta do seu rosto roçando minha barba e do sorriso que surgia logo após. Você faz muita falta e eu sempre soube disso. Sempre soube que se você fosse embora, nosso apartamento ia ficar vazio. Vazio de sentimentos, ia voltar a ser meu apartamento. 
Eu finalmente decidi arrumar meu armário, acredita? E você estava certa. Havia muita coisa ali que eu não precisava, nem preciso. Me livrei de quase tudo. Até daquela jaqueta foda que você odiava. Lembra daquele seu casaco que você perdeu? Pois é. Estava no meu armário o tempo todo.  Mas não joguei fora porque é teu. Espero que você sinta falta dele outro dia e venha buscar. Hoje eu também fui ao médico, naquele que você sempre pediu para que eu fosse...E fiz todos aqueles exames idiotas. Mas... Me diz... Como estão seus alunos? Você conseguiu aquela ida ao museu que tanto queria? Espero que sim. 
Eu estive olhando uma revista de bebês outro dia... Simpatizei com alguns nomes, aqueles que achei que você iria gostar. Comprei flores também, as suas preferidas. Estão aqui esperando por você. Assim como as cortinas, o armário arrumado, o peixe, o livro que queria tanto, nossos anéis e eu. Estou esperando por você desde o dia que foi embora. Não estou sendo palhaço agora. Estou sendo eu e sei que você sabe disso. Você sempre sabe.
Ando um pouco nervoso por esses dias. Nervoso de ansiedade. Fumei uns cigarros a mais e me embebedei no fim de semana. Não precisa ficar brava nem torcer esse seu narizinho empinado. Dessa vez não dei em cima de nenhuma outra garota, estava pensando em você. Sempre pensei em você, mas agora pensei na falta que me faz. Nunca mais ouvi nenhum elogio nem alguma palavra que me confortasse. Tentei eu mesmo me motivar, mas por Deus eu não consigo! Não sou fofo... Esse papel é só teu. O lado vazio da minha cama é só teu.  Eu sou só teu. Então volta, tá? Volta com seu com seu gato, com seus sapatos, com seu amor que é meu.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Reflections of a Skyline


Esse curta pertence ao filme "Crave" da escritora Sarah Kane que se suicidou antes de seus trabalhos serem devidamente reconhecidos. O mesmo foi gravado em um telhado em Londres, num único dia.
Espero que sintam assim como eu e sem mais. Beijos,
                                                                                gata míope.

Bem vindo, setembro!

Hoje é dia primeiro. Quero começar o mês com o pé direito! Vou fazer alguns votos daqueles de começo de ano, onde a gente meio que materializa planos insanos e que nos fazem bem só em pensar. Queria pular as sete ondas mas nessa cidade não tem mar... Bom, tudo bem. Ao invés das sete ondas posso somente saltar sete vezes, creio que, Iemanjá simpática que só, irá entender e perdoar esse meu pequeno deslize. Ainda hoje vou começar um outro livo, um que me faça viajar para longe daqui. Não quero muito pensar no amanhã, quero me concentrar em hoje, em como o primeiro dia vai terminar para mim e no que vou aprender nesse exato momento. Eu costumava sofrer por antecipação, mas hoje eu não quero. Por hoje eu quero só o hoje. O amanhã eu deixo pra depois.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O casal

Malú gostava de vinho barato. Gostava de se embebedar no sábado, fumar um cigarro e ouvir rock clássico. Aos domingos, antes do sol nascer, ia á praia pra assistir o nascimento do sol e surfar. Em um desses domingos, conheceu Cadu. Cadu era músico independente. Gostava de vinho barato, de lavar os cabelos com shampoo feminino e de ouvir rock clássico. Logo no primeiro encontro os dois se apaixonaram. Agora os sábados de Malú não são solitários porque ela tem um companheiro. Malú e Cadu se embebedam juntos, curtem uma baladinha de rock clássico juntos, vão a praia juntos, dormem juntos. Atualmente o balanço dos corações está sincronizado. Ambos estão prontos para ser um só. Aliás, são um só.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

(Outro) Cara estranho

Olha só como ele se movimenta... Parece uma barata tentando escapar de mais um jato do inseticida. Esse cabelo bagunçado, a barba por fazer, um cigarro nas mãos... Seus olhos piedosos pedem uma nova direção para vida maldita que leva. Não possui um ritmo. Desfila com sua camiseta de listras e de cabeça baixa. Tropeça em tudo, em todos. De longe a gente percebe que ele está a deriva. Nunca arrisca nada, nunca se esforça por nada, a não ser para demonstrar como seu coração é bondoso. Sua vida é como um tabuleiro de xadrez: imprevisível e de difícil compreensão para leigos e desinteressados. Seus objetivos não são impossíveis e mesmo assim ele prorroga sua batalha, ameaça nunca vencê-la. Olha só aquele cara... Se ele tentasse ser menos desarmônico nós ficaríamos juntos. Completaríamos todos os vácuos. Entenderíamos, de uma vez por todas, todo o caos que nos rodeia.

O encontro ( ou rabisco de crônica)

Há cinco anos eu faço e refaço este mesmo caminho cinza para chegar até o trabalho. Consigo descrever todos os detalhes dessa rua com os olhos fechados, desde o senhor que espera os filhos entrarem no veículo escolar até a árvore torta que abriga inúmeros ninhos de pardal. Admito que já fui apaixonada por essa mesma rua que hoje me dá enxaqueca, já amei cada árvore diferente e fotografei inúmeras flores que aparecem no canteiro central. Acho que nossa relação está monótona. Já não vejo mais aquele brilho, nem me encanto mais com as árvores tortas. 
Hoje, dia 25 de agosto de 2014, me pego pensativa. Perco-me nas ondas de questionamento que procuram um motivo concreto para o meu desgosto, meu desamor, meu desencanto. Tudo bem, tudo bem que se apaixonar por ruas não é muito normal -repito isso para mim mesma todas as manhãs- mas estimula nosso coração ser sensível para o amor. Só durante esse dia já fiz e refiz esse caminho três vezes: para chegar ao trabalho, voltar pra casa correndo porque precisava pegar os relatórios que esqueci na escrivaninha; e este que será o último. Meus olhos não procuram nenhum detalhe novo, refaço meu caminho a pé e om a cabeça baixa, ouvindo Noel Rosa. O entardecer está nublado, mas, agora não faz diferença alguma. Estou acostumada, entediada. Suspiro alto acelerando a locomoção do meu corpo cansado de passar o dia todo em frente a um computador planejando aplicações financeiras e cuidando de cálculos econômicos para o Banco do Brasil, me teletransporto para outras cidades e outras ruas bonitas. Confesso! Estava tão concentrada em novas emoções que quase deixei escapar a melhor coisa que poderia me acontecer durante essa semana, esse mês, esse ano. Tropecei em algo pequeno e peludo de nariz molhado. Tirei os fones. -Jesus, Maria e José!- exclamei alto. -Um...Cachorro...- Congelei ali mesmo. Claro que possuía um fraco por cães, mas nunca me aconteceu de encontrar um na rua... Ainda mais naquela rua tediosamente parada. O cachorro, por sua vez, tinha o corpo todo cinza e uma mancha branca no olho direito, uma carinha de vira-lata que aparecia de longe. Roçava seu corpo pequeno nas minhas pernas me pedindo carinho e claro, um lar. Sorri abertamente apanhando o filhotinho nas mãos, apertando seu corpo magro e gelado contra meu peito -Balú. Você tem carinha de Balú!- gargalhei. 
Agora, são exatamente 20 horas e 35 minutos de acordo com o horário de Brasília e eu me encontro no meu apartamento antigo, dentro da minha banheira branca dando banho em um vira-latinha que mudou meus pensamentos negativos e infelizes, me enchendo de alegria e vontade de sorrir dos atos falhos cometidos pelo mesmo. Um jazz embala minha primeira noite realmente animada, o leite será nosso jantar e minha velha câmera saiu do armário. Agora tenho uma família. Eu, Balú e as flores. As flores, Balú e eu. 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

passou

Nós terminamos rápido e eu demorei pra cicatrizar. Chorei, esperneei, esbravejei, supliquei, bati o pé, amaldiçoei você e seu novo amor. Fiz um eterno vendaval que tá se acalmando agora. Estou livre. Finalmente escapei dessa loucura. Estou tranquila. Renovada.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Santa ironia

Já parou pra pensar no quanto eu odeio sua ironia? A ironia que nos envolve? A irônica forma que você tem de me fazer sorrir? De me fazer mentir para minha mãe? De me fazer pensar em casamento? Cara, eu odeio isso. Odeio nossa ironia. Minha ironia. A ironia do nosso amor. Eu odeio odiar a nossa ironia. Porque ela me faz um bem danado. Porque ironicamente eu quero ficar com você. Porque nos encontramos de um jeito irônico. Simplesmente porque me envolvo ironicamente nos mais lindos pensamentos de amor. Sério, vê se não estraga tudo ok? Não estregue as coisas mais uma vez com seu ciúmes irônico. Seja franco e objetivo, porque não sei se você sabe, mas... Eu ODEIO ironia.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Sobre aquele outro texto

Você era alto demais, desastrado demais, tímido demais. Se embaralhava mais do que eu com as palavras, sorria pra esconder o nervosismo que eu fingia não perceber para não piorar nossa situação. Você  perguntou se eu gostava de músicas clássicas e passamos horas sentados naquele banco em frente a livraria discutindo sobre esse assunto. Você perguntava o tempo todo sobre a faculdade, o francês, o grego, o inglês e por uns dias achei que nossa única semelhança fosse Bob Dylan. Você me fez rir como nunca. Me comprou um saquinho de jujubas. Me fez ficar vermelha. Pisou seguidas vezes no meu pé, tropeçou no banco do cinema. Você, sozinho, também me ensinou inúmeras coisas. Como por exemplo, tocar teclado. Você me ensinou que sentar nas últimas poltronas do cinema é mais emocionante porque "é como se estivéssemos no mar e fossemos privilegiados com as últimas ondas geladas".Você me ensinou a fazer planos para o jantar de sexta. Você me ensinou ouvir outros vinis que não fossem Buarquenses. Você me ensinou surfar. Você, tão grandinho assim, me ensinou que o amor não exige muito de nós. Basta somente um beijo. Somente um abraço apertado. Somente um "fica por aqui". Se eu te amo? Ah, por favor, branquelo....Sou louca por você.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Sem silêncio

Talvez eu esteja me precipitando um pouco ao escrever textos pra você, mas, o que isso importa? Eu me sinto bem. Me sinto motivada. Não ligo de morrer de amor algumas vezes, pelo contrário! Considero extremamente válida essa sensação. Só não seja quieto. Bah! Odeio o silêncio desamoroso. Se for pra ficar quieto que seja por causa dos meus beijos.

Um pequeno agradecimento

Você me ensinou a usar gravata, tocar violão, fazer serenata e jardinagem. Você me fez até frequentar baladinhas hippies que tocavam Los Harmanos. Você, sozinha, me ensinou ser gentil com minha família, me ensinou etiqueta, francês e grego. Se eu sou grato? Graças a você meus cachos caucasianos são bonitos, meu ânimo exaltado e meu coração é cheio. Você, tão pequena, consegue cuidar de um barbudo de 1 metro e 90 cm. Consegue fazê-lo feliz com as piadinhas bobas que ele nunca viu graça. Consegue enchê-lo de vontade de mordê-la quando canta. De encher o peito do pobre homem de ar. Você, com seus instrumentos musicais, suas plantas, seus gatos, suas manias, sua teimosia, seus cabelos molhados, seus óculos, sua delicadeza e suavidade preencheu minha existência por completo. Se eu te amo? Ah, por favor, eu sou louco por você morena.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Um junto bonitinho

Não se prenda na solidão. A vida está aí, cheia de cores e oportunidades que esperam por alguma atitude sua. Onde está aquela teimosia? Queira mais as coisas. Queira mais querer. Queira mais se preencher. Coisas assim só dependem de nós, de cada um de nós. Não gosto de vê-lo assim, homem... Reaja! Estou aqui contigo. Sério, eu estou aqui. Não é tão difícil assim e eu nem sou tão chata assim. Quero ajudar, mas, por favor, queira também. Estamos juntos. Não junto, junto mas um junto bonitinho. 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

E-mail amoroso

Oi! Sou eu. Dei uma sumida mas estou de definitiva volta para aquele mesmo apartamento onde você se aventurou por noites e mais noites. Sim, eu sumi. Quis sumir de perto de você só pra ver se me procuraria e só Deus sabe como lutei para não respondê-lo de imediato, pois, antes de nós eu precisava cuidar de mim mesma. Tu não sabes como foi difícil lidar com aquele vazio no armário e  meu pé gelado que nunca esquenta, passei por bocados viu... Aproveitei e doei todos aqueles livros que você não gostava, joguei as flores mortas no lixo, reciclei minha coleção de filmes e limpei a banheira. Limpei também meus receios. Minhas mágoas e meus medos. Estou pronta! Finalmente pronta pra você. Espero que tenha sinceridade nas suas palavras mocinho, porque dentro de mim já não cabe mais amor pra tu. Prometo não implicar mais com sua gravata torta se trouxer vinho para o nosso jantar!
                                                                                com amor, sua garota.

domingo, 20 de julho de 2014

Entortou...

Eu danço com as palavras numa eterna valsa
Que me ajuda na tentativa de encontrar
Aquele sossego que me escapa 

Sou uma eterna bailarina, 
toda torta e de duvidosa alegria
Meu dançar já não mais agrada
o peito que só pede calma

Desejo somente tentar explicar
o bolo de palavras alojado aqui
Que de forma alguma quer se calar

Aproxime-se se puder aceitar
meu eterno barulho
Que compulsivamente cantarola
Sem alguma demora

Concentre-se e aprenda
com a torta bailarina
que nunca se assossega. 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Quase

Sou quase
Quase só
Quase triste
Quase feliz
Quase eufórica

Sou quase
Quase desamor
Quase fraca
Quase sufocada

Eu poderia ser
Mas não o desejo
Prefiro ser quase
Quase lá
Quase cá

Minha única certeza é quase
Quase cheia de alegria
Quase cheia de lágrimas
Quase cheia de raiva

Estou quase
Quase cansada
Quase fadada
Quase amada.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Surpresa!!!

 Mais um dia chuvoso. Mais um dia enfrentando um trânsito terrível, flanelinhas sacanas e reclamações do Departamento de História. E mais uma vez eu estava ali, trancafiada naquele escritório em frente a um computador revisando uma pesquisa sobre o Nazismo na Alemanha. Meu Deus! Como aquilo era entediante... Segundo após segundo eu tentava encontrar algum refúgio em minha mente, pensava em inúmeras paisagens, lugares, esconderijos, cavernas, qualquer lugar em que eu pudesse abandonar todo aquele trabalho e apenas descansar. Encontrar o sentido da vida mais uma vez,já que ele sempre, sempre sai de mim sem avisar.
 Olhei no relógio que marcava 15:40 da tarde e nesse instante momento eu podia ver através dos furinhos da persiana o balançar das imensas árvores verdes plantadas em frente aquele Departamento louco e explorador de historiadores iludidos que buscavam se aperfeiçoar cada vez mais dentro do seu campo de trabalho. Suspirei. Por que diabos eu ainda continuava lendo todo aquele documento? Não estava prestando um pinguinho sequer de atenção, minhas vistas estavam embaralhadas e pediam um descanso imediato. -Chega!- Falei comigo mesma. Levantei-me da cadeira, caminhei até o imenso corredor branco até chegar em um bebedouro que se encontrava no fim das paredes brancas. Finalmente! Sorri aliviada, levando um copo cheio de água até a boca, mas, tudo o que é bom acaba cedo demais não é? Quando dei por mim o copo já estava vazio e eu tinha que voltar pro meu lugar, para minha cadeira, minha persiana. Sem os sorriso nos lábios eu refiz todo aquele caminho tristonho até meu escritório e ao chegar bati delicadamente a porta, minha mente já não estava mais ali. Estava numa praia, nessas de comercial de férias, sabe? E eu estava deitada na areia sentindo o vento veranizando meu corpo. Por que não podemos nos teletransportar? Essa sem dúvidas seria a solução de todos os meus problemas cansados. 
 Enquanto eu me remoía em pensamentos decidi abrir a persiana para observar a chuva que fazia um relaxante som. Cambaleei até a janela e lentamente fui abrindo a persiana, procurando algo de bonito com meus olhos nervosos. Pimba! Não acredito! Imediatamente esbocei um sorriso de orelha a orelha e dessa vez sincero, mordi o canto direito de meus lábios e respirei fundo. Dentro de mim já não cabia mais amor. Ali, naquele parapeito do oitavo andar, uma pombinha fizera seu lar. Um ninho com três filhotes buscando refúgio e aquecimento sob as penas de sua mãe, reproduzindo um barulhinho que para mim significava: "Você não sabe o que tá perdendo sua humana boba!". Fiquei por muito tempo observando-os sem pensar em nada, apenas na vida e no sentido que tinha acabado de voltar para mim e dessa vez trazia flores e sorrisos. 
 Com certeza, se Deus pudesse atender um único pedido meu, que fosse o de ser algum daqueles filhotes que provavelmente nem sabiam voar, mas, já possuíam o mundo em seu pequeno ninho.  

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Sobre paixonite

Você sabe o que é paixonite aguda? Não? Então eu explico. Paixonite aguda é o despertar de sentimentos bons dentro da gente, é imediatamente pensar naquela pessoa ao acordar, é rir de tudo o que ela fala e incluí-la no dia-a-dia louco e rotineiro que cada um de nós tem. É ansiedade que transborda. É medo que inunda. Vontade que sobra. É o voar das borboletas que moram dentro da gente.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Agradeço

Existia uma confusão, uma tristeza. Existia um pensamento negativo de que as coisas nunca iriam se ajeitar. Um medo de namorar sempre a solidão. E de repente... Um barbudo. Um barbudo cheiroso.  Que me trouxe flores. Que me trouxe passeios.  Que me trouxe músicas. Que me trouxe amor.  Que me trouxe livros. Que me trouxe mais um gato.  Que me trouxe infinitas risadas.  Agradeço emocionalmente e carinhosamente você, meu querido barbudinho. 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Avulço

Me faço nas coisas impossíveis. Amores. Aventuras. Sonhos. O impossível me descreve. Gostar de coisas fáceis não é pra mim.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Sobre nós

Nós dois sofremos de dependência. Ele de mim. Eu dele.

Rosinha

Sentada aqui de baixo desse céu rosinha questiono se existe algo que tenha mais amor que isso. O tom de rosa se encaixa tão bem nesse imenso azul que faz até o coração da gente derreter de tanto amor, desperta sentimentos bons. Pois é, a primeira pessoa em quem penso é você. Talvez porque exista mais sentimentos  bons dentro de mim envolvendo você e sua barba do que a gente saiba. Por hora não é bom saber mesmo, né? Nossa relação de super amigos já é trabalhosa o suficiente para nós. Não quero estragar esse presente rosado com pensamentos negativos. Tudo bem, eu aguento seu silêncio. Por hora eu quero só sentir a leveza. A imensa leveza que esse tom rosado transmite.  

Tempo

A tristeza vai embora com o tempo. O tempo leva todo o desamor. O tempo leva todo o desespero. O tempo leva toda a dor. O tempo sempre se encarrega de levar as coisas embora.

Um

Agora somos um. Um casal de apaixonados. Um casal. Um casal de amantes. Um casal de loucos. Um. Um casal. Meu amor, nunca vi graça em ser uma só. Mas com você... Ah... Com você ser um é revigorante. Ser um é vida. Uma pessoa e dois corações. Dois corações e uma alma. Uma alma e duas mentes apaixonadamente loucas. Cegas de amor. 

três a mais

Foram três dias a mais.  Três dias a mais de ternura. Pratos com ovos e alface, suco de uva com folhas de hortelã. Um dia de cinema.  Uma noite inteira de conversa fiada.  Uma manhã de fazer amor às 07:30. Uma tarde de faxina e pensamentos amorosos.  Uma noite com um jantar atrapalhando. Peixe e vinho. Alguns minutos sentada no seu colo depois da refeição.  Séries e mais carinho. Uma última noite de um banho de banheira á dois. Um pouco de choro e incerteza.  Uma madrugada intensa de amor e beijos, mordidas e amassos. Outra manhã dessa vez acompanhada da despedida. Beijos, abraços e “eu te amo”.  Meu amor, foram três dias a mais do que o planejado. Somente três dias para decidir nossa relação. Esses três dias ficaram em mim, e eu fiquei aqui em Salvador sem você. Agora todos esses outros dias são de saudade. Saudade e desejo. Desejo e amor. 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Um post amoroso

Ele e eu.  Eu e Ele. Ele, eu e o gato. Ele, eu e piscina. Ele, eu e chá. Ele, eu e frio. Saudade. Desejo. Graça.  Cinema. Miojo com cenoura. Vinho com Nescau cereal. Sorvete com banana. Gripe com mel e própolis. Suco de morango com laranja. Sábados com natação. Domingo e exercícios físicos. Férias e Salvador. Sarau e arte. Música boa e livros. Jantar a luz de velas e peixes. Um apartamento e nós. Eu, você e amor. Você eu e amor. Amor. Muito amor.

Indecisão

Não sei se agradeço, não sei se espanco. Não sei se te beijo, não sei se arranco cada um dos seus fios de cabelo. Não sei se te abraço ou se espeto seu corpo com uma agulha. Não sei se fazemos amor ou se tiro sua barba com uma pinça. Não sei se te mato de amor ou de beijos.

sábado, 14 de junho de 2014

Que tal?

Eu quero ficar com você. Quero atravessar suas enormes barreiras e me quebrar no seu peito. Eu quero fazer um cafuné. Ganhar um cafuné. Eu quero dormir de conchinha. Quero roçar meu rosto na sua barba. Quero contar suas pintinhas e rir da vida. Eu quero te desmontar pedaço por pedaço e me misturar.

Inspiração

Eu preciso de inspiração. Não há nada que me machuque mais do que não ter inspiração.  Você quer ser minha inspiração? Quer me dar inspiração? Vamos fazer loucuras! Sair correndo pela areia gelada daquela “nossa” praia em Lisboa e pular no mar sem roupa pra sentir as ondas gélidas se quebrarem em nossa pele.  Vamos fazer amor lá, fazer amor aqui, fazer amor acolá e de cá também. Fazer amor me inspira. Amor me inspira. Sou extremamente sensível ao amor e tu é totalmente amável.Vamos, me mostre as constelações e todas as outras coisas pelo seu telescópio. Me ponha pra sonhar! Me dê flores.  Me dê plantas. Me dê vinis. Vamos ao cinema e depois encher a pança de comida japonesa. Vamos nos embebedar com vinho ou vodca pra cometer mais loucuras amorosas. Venha pra Paris comigo! Vamos colocar nossos nomes num cadeado e trancafiá-lo naquela ponte. Vamos fazer o que você quiser. Mas, sério, queira ser meu. 

Só dois

Não vou mais resistir a você. Não quero ser solidão. Não quero ser tristeza. Quero ficar com você. Quero rir com você. Quero compor com você.  Quero ir ao cinema. Diga “adeus” à solidão.  Vamos colecionar filmes e séries juntos. Vamos ser dois.  Vamos ser nós dois. 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Jeito vulcão

Eu queria entender o que sinto. Queria me entender.  Entender você.  Queria ao menos me livrar das coisas que não gosto em mim ou em você mesmo.  Não andamos na mesma direção. Não sentimos com a mesma afinidade. Não sentimos afeto as mesmas proporções. Você é o vento forte e eu sou o vulcão. 

Sobre distância

Nosso amor está longe. Extremamente longe da órbita que habitamos. O problema é que eu também to. Tô longe daqui. Estou ainda onde nosso amor está.  Gosto da órbita que habito. Aqui nós dançamos todas as sextas e fazemos amor sempre antes da faculdade. Nossa casa é meio hippie e nosso cachorro chama Baden. Baden Powel. Trocamos a TV por um projetor e somos felizes. É nesse mundo que me escondo da verdade. A verdade é crua. Tu sabes que o único prato que gosto cru é sushi. Então não me julgue. Sou feliz nessa órbita do amor. 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

This is confusion

E eu aqui nesse trigal pensando em quanto amor existe por aí. O vento e as nuvens acalmam minha insistente ansiedade amorosa que quer porque quer tirar todo o meu senso de ridículo. Será que tenho algum agradecimento a fazer? Ou será que posso apenas respirar em paz assim como vez Van Gogh ao se apaixonar por esse mesmo trigal? A mistura confusa desses sentimentos me definem, afinal, eu sou a confusão em pessoa.

Gosto é gosto

Gosto mesmo de gostar do que é trabalhoso. Gosto mesmo de gostar das coisas impossíveis. Me fortaleço. O amor me fortalece. E você... Só tem uma escolha: Aguentar. 







Valentine's day!

Meu amor é teu. Meu amor é teu e nunca de outro. Meu amor é teu e não se apaga. Meu amor é teu e não dá espaço. Meu amor é teu e sente saudade. Meu amor é teu e procura se afastar. Meu amor é teu e não sente raiva. Meu amor é teu e oferece flores. Meu amor é teu e medroso. Meu amor é teu e calmo. Meu amor é teu e lindo. Meu amor é teu e zeloso. Meu amor é teu. Meu amor é teu. Meu amor é teu.


ps: em homenagem a todos os casais ou pessoas que assim como eu, adoram romancear mesmo que platonicamente. ♥ 

Se apresentando.

Bon jour! 
Decidi criar esse blog (depois de muita insistência de uma amiga) para publicar alguns textos avulsos que transfiro do meu íntimo pro papel. Espero do fundo desse meu coraçãozinho aventureiro que agrade as pessoas que assim como eu, gostam de escrever ou poetizar sobre o amor. Desde já agradeço imensamente, beijocas.