quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

veranizar

sinto a grama verde acariciar meus dedos do pé
encho meu pulmão de ar e gosto do que sinto
respiro
é como se agora eu me revivesse em poema
e me reinventasse
inalo o aroma que suavemente me embriaga os olhos
ouço os pássaros cantarem como se celebrassem a vida
como se agradecessem esse céu imenso e azul
é como se eu me revivesse num poema
é como se a água que cai inundasse meu corpo
e, na mesma proporção que o esfria, o reconstrói
respiro
o vento me afaga os cabelos, que dançam inquietamente
é como se agora eu me revivesse num poema
já não mais tenho pulmão pra respirar tanto beleza
já não mais tenho olhos que aguentem tanta delicadeza
tanto poema
mas não me importa
é como se agora eu me revivesse em poema