sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

triste poema sem nome que não quis fazer. II

e-u
eu sou a que anda em desajuste com o mundo 
eu sou a que na vida não possui norte 
nem rumo
eu sou a que caminha sem saber de si 
se sou só
se tenho algum porto 
eu sou a melancólica, a dolorida 

e-u
eu sou a que esquecem
sou a que não entendem
sou a que passa e ninguém vê
eu sou a que chamam de dramática sem nem a ser
eu sou a que é triste mas nem sabe porquê
sou a que chora sem nem querer 

eu sou a que a vida nunca encontrou 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

ele

quanto a ti,
sinto que escrevo somente para te possuir,
tomar teu corpo.
nas voltas de cada letra
eu moldo teu corpo, teu pescoço, teu cheiro
comando cada gesto, cada ação
que me permite dar-te asas belas
ou apenas colocá-lo ao meu lado

cada estrofe ganha um passo fantástico
que te costura,
bem aqui dentro de mim
bem aqui,
de onde você insiste em existir
nunca sei o que há de acontecer no próximo dia,
na próxima linha

tua existência é tão mais poética
do que o alcance de minha poesia

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

saudade.

sou todas as suas lembranças
todos os seus beijos
sou todas as vezes
que você me deixou deitar
em você

sou todas as nossas brigas
e desencontros
sou todos os seus medos
e inseguranças

sou todo aquele nosso amor
que ainda não foi
sou esse teu cheiro de você
sou teu olho no meu

sou teu abraço apertado
e os tapas que me deu
sou essa sua bagunça enorme
e todas as outras

sou essa vontade de sentar no seu colo
e te ouvir respirar
sou a música do phillip long
que me pede você

sou nossa mania de nunca combinar
sou teu choro abatido
teu cigarro que nunca apaga
e as histórias do seu sobrinho

sou saudades de você.

(inspirado na música de eduardo vincent- saudade. pro amor de minha vida.)