quarta-feira, 22 de outubro de 2014

um texto sem nome

Ela acorda e debruça na janela. Ali naquele quarto gelado procura um pouco de sentido no sonho louco que acabara de ter, retruca suas inseguranças e fuma seu cigarro francês, coça os cabelos e mantem o olhar fixado no lindo e distante horizonte. Pois é, menina... Você amou tantos trechos, chorou por tantos erros e nada mudou. Acumulou tanta bagunça, tanta roupa suja e afundou como a colher da sua xícara de chá.
Ela cambaleia até a cozinha. Joga um pouco de leite no seu cereal e mexe a colher pensando na vida. Pois é, menina... Você nada mais pode carregar, a vida vai além de você e dos seus livros. Agora, como quem não quer nada, ela mastiga com o peito amassado. A menina se deu conta de que o fim nem sempre se pode negar ou nem fugir. Somente aceitar.
Horas se passam e ela continua ali debruçada. Não fala nada, apenas continua olhando pro horizonte que sequer traz uma paisagem. Pois é, menina... Você se desmanchou em cada música, cada filme, cada peça e se quer se encontrou. Frequentou inúmeros lares, bares e lugares e nunca se importou. Agora fica aí se lamentando, namorando a janela e chorando.... Enquanto isso as horas vão passando, e suas tralhas só aumentando.


Nenhum comentário:

Postar um comentário