sábado, 11 de outubro de 2014

O famoso oitavo andar

Ela colocou as mãos no meu rosto e dançando do seu jeito exclusivamente sensual, disse: "E aí, só nós dois no chão frio....". Eu gargalhei feito um besta. Beijei o pescoço exposto, enrolei os dedos em seu cabelo liso e beijei-lhe os lábios. Passamos a noite toda juntos num lugar cercado de pessoas, mas, que parecia pertencer somente a nós. Ela sorria e os lábios vermelhos chamavam a atenção de todos, os olhos contornados de preto moviam-se freneticamente, as mãos volta e meia encontravam-se nos longos fios lisos que ela tem. Nos beijávamos sempre quando a iluminação caia e o volume da música aumentava. Entre meia taça de vinho e outra ela ia cantando uma música diferente e passando o dedo indicador delicadamente sobre minha barba, selando os meus lábios rachados.
Depois que a festa acabou nós continuamos juntos. Nos jogamos aquele protótipo de sofá e conversamos sobre sonhos, dinossauros e Harry Potter. Eu não entendia muito o que ela dizia, estava meio bêbado e com dificuldades pra pensar, a única coisa que se fixava na minha mente era o "e aí, só nós dois no chão frio...".  No começo eu achei que fosse uma declaração de amor, um convite pra dormir ao lado dela.  Descobri depois que se tratava de um suicídio/assassinato presente em uma canção que por algum motivo agradou-a. Suspirei. Quis questioná-la e dizer que embora a canção fosse bonitinha, não fazia sentido algum.... Mas quer saber? Eu também acho que seria uma delícia ficar de conchinha com ela no meio fio, deitadinhos no bem bom.


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