sexta-feira, 24 de julho de 2015

hoje não sou poeta

acabou que nada se coube em nada. esse romance pisou tão mundo em mim e ele sequer pensa nisso. sequer admite isso. sequer enxerga. ao menos, enxerga que fui só outro de seus amores fúteis e efêmeros. fui só outro dia dos seus, outro cigarro dos seus, outra música das suas. ele seguiu se levando, e eu fiquei ali. pisada, pesada, esquecida. ouvia a voz dele, sentia o cheiro dele e só morria por dentro. que amor egoísta é esse meu. se diz tão grande mas não sai de mim, não me deixa ser suave. não me deixa procurar um outro amor que me guarde. me pergunto se haveria alguém que me guardaria, que dançaria comigo. esse alguém haveria de ser maior que eu pra carregar toda essa minha sede de um amor tranquilo. correspondido. talvez ele seja grande demais e escape. talvez o medo de ser feliz com outro amor grande me engasgue. porque talvez viver não me bastaria, amar não me bastaria, dançar não me bastaria e eu acabaria em ruínas. em destroços. de alguma forma eu acabaria em destroços. não sei como, mas eu acabaria.

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