terça-feira, 23 de setembro de 2014

uma declaração

"Nos conhecemos por acaso num domingo qualquer. Você tinha as mãos cheias de roupas e tralhas de mudança e eu tinha um vazio que ia além de minhas mãos e escapava entre meus dedos e dentes, sufocando cada vez mais minha existência. No começo tive dificuldades em entender você, nunca  soube ao certo quando seu sim significava "sim" ou quando seu sim significava "não." Juro que pensei em desistir de te chamar pra sair porque simplesmente ficava sem palavras quando você chegava, aliás, eu ainda fico. O engraçado é que, aos poucos, você foi tomando conta de mim e da nossa relação que parecia nunca dar certo. Eu fiquei bravo! Caramba! Por que nunca dava certo com a gente? Sempre tinha algo que nos impedia. Mas cara, olha que loucura essa coisa de gostar... Mesmo com todas as nossas brigas e todas as vezes que você disse que não sabia como minha mãe não tinha me abortado, nós nunca desistimos um do outro. Você nunca desistiu de me fazer feliz e eu nunca parei de errar, isso de alguma forma me motivou e motiva a nunca deixar a gente de lado.
Não sei nem explicar o bem que você me faz nem agradecer por todas as vezes que tirou aquelas manchas horríveis de molho de tomate dos meus colarinhos. Como conseguiu madame? Como conseguiu organizar meus livros? Como conseguiu deixar meu quarto habitável? E como consegue me deixar ansioso todas as manhãs de sábado? Como você conseguiu me fazer frequentar aquele show do Cícero e ainda por cima gostar? Deus! Você faz coisas espetaculares, entre elas, me amar.
Eu sempre disse que me amar era um fardo e você sempre torceu esse nariz empinado. Sempre me contrariou, e por Deus, agradeço isso... Obrigado por me fazer tão seu. Obrigado por sorrir desse jeito tímido e me deixar explorar teu corpo. Que continuemos assim por mais 10, 100, 1000, meses, anos, décadas, séculos.... E que nunca acabe."

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